Casebre a beira do lago

  • Publicado em: 28/07/16
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  • Autoria: Nivafloripa
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Eu recém-chegado a esta agitada cidade, onde as pessoas nem percebem que existem outras além delas caminhando pelas ruas, vagando muitas vezes sem destino como eu. Decido então procurar um lugar mais calmo para tentar acomodar meus pensamentos que estão muito obscuros depois de tantas reviravoltas na vida. Sinto meu coração agitado, precisando de um pouco de sossego, meu corpo exausto de tanto estresse deste longo perí­odo. Continuo minha caminhada para uma região mais afastada, por muitos também chamada de interior, acho que a chamam assim porque lá conseguimos entender o nosso interior, não temos tantas coisas a nos distrair, trânsito, corre-corre, em alguns interiores nem a tecnologia nos atrapalha, conseguimos nos desvencilhar dos apetrechos tecnológicos.

Após uma longa caminhada avisto um casebre, a beira de um lago, olho no celular e não tem sinal algum, que bom, estou só.

Aproximo-me do casebre, bato à porta e percebo que não há ninguém por ali. Decido então entrar, empurrando lentamente a porta que estava apenas encostada. O vento soava sua melodia, algumas vezes lembrando filmes de terror, outras, portanto uma doce massagem aos ouvidos dos mais atentos. No interior do casebre nada além de muito pó, alguns paranhos e uma bela vista para o lago. Decido ficar por ali. Saio em busca de algo para preparar uma vassoura e limpar pelo menos um canto deste casebre onde posso estender meu saco de dormir. Tenho algumas coisas úteis em minha mochila: velas, fósforo, canivete, saco de dormir e algumas roupas. O dia foi quente e longo, um banho neste lago será revigorante, desnudo-me e mergulho no lago. Água fria, mas que visivelmente renovava-me.

Eis que escuto estalos no meio do mato em direção ao casebre, são passos quebrando os galhos secos soltos ao chão. Por alguns instantes sinto medo, mas decido ficar ali no lago e esperar. Começo a escutar vozes e risadas, percebendo que são algumas pessoas. E os ruí­dos vão se aproximando, até que descortinam do meio da mata três jovens, sendo um rapaz e duas belas mulheres com suas mochilas nas costas. Quando perceberam minha presença ficaram parados, senti que tiveram o desejo de sair correndo, mas permaneceram imóveis, olhando para mim nu dentro do lago. Então aceno para eles, que me retribuem o aceno. Peço para que alguém pegue minha toalha dentro do casebre, para que possa sair do lago. O invés disto eles decidem também tirar suas roupas e mergulhar comigo. Fico receoso, sem saber o que está acontecendo, penso até que tomei muito sol e estou delirando. Nos apresentamos e eles são Pablo, Suelen e Hellen, três amigos que saí­ram para acampar, fugindo da loucura da cidade. Hellen havia terminado recentemente um relacionamento conturbado, Pablo e Suelen trocavam olhares maliciosos. Mergulhamos até o sol se esconder por detrás das árvores. Saí­mos e fomos então para o casebre. Já vestidos decidimos fazer uma pequena fogueira ao lado do lago, conversamos, rimos, e percebi que Hellen estava se achegando, decidi investir, aconcheguei-a nos meus braços e acariciava seus cabelos. Pablo e Suelen voltam para o interior do casebre e nós ficamos ali, admirando as estrelas que começam a surgir, o céu vai mudando de cor, até então azul celeste para o escuro da noite. Depois de uns carinhos e abraços nos entregamos aos beijos, sinto seu corpo estremecer e o meu palpitar de desejo. Ela recua e diz que não pode, pois nem me conhece, não poderia se entregar desta forma e sai correndo para dentro do casebre onde estão Pablo e Suelen, já se entregando aos mais ardentes desejos. Hellen fica observando os dois, eles percebendo sua presença, continuam. Pablo beija Suelen dos pés a cabeça. Tocando cada parte de seu corpo, suas pernas, coxas, subindo suavemente até seis seios, com os lábios apenas roçando a pela de Suelen. Seus seios estão arrepiados, e ela suspirando de tesão. Ele deita ela de bruços e faz novamente o mesmo movimento beijando todo seu tremulo corpo, chegando até seu pescoço onde ele dá uma deliciosa mordida e ela solta um forte gemido.

- Quero ser tua!!! - Exclama Suelen - Toda tua.

- É tudo o que eu quero neste momento. - Responde Pablo.

Eu que estava escorado na porta do casebre, sentindo uma tesão doida, louco para tomar Hellen nos braços e cobrir seu corpo de beijos, deixando ela no mais puro êxtase, delirando de tesão, caminho lentamente e coloco minhas mãos sobre seu ombro, ela apoiando a sua sobre a minha dá um passo para trás e encosta seu corpo no meu, girando a cabeça e me beijando loucamente. Vou desnudando-a, fazendo as alças de seu vestido deslizarem por seus ombros e revelar seu corpo totalmente nu, suas curvas perfeitas, seus lábios me beijam como nunca foram beijados, assim despretensiosamente, mas cheio de pretensões. Ela vai tirando minha roupa e em instantes estamos nos amando loucamente, sinto seu corpo suado, sua respiração ofegando e pedindo mais, muito mais. E assim passamos a noite, os dois casais na mais louca orgia. Com direito a um mergulho na madrugada enluarada.

Adormecemos a beira do lago, deitados sobre o gramado.

Ao acordar olho em minha volta e percebo que estou sozinho. Fico a pensar: Foi um sonho? Um delí­rio? Ou um desejo escondido? Volto para o casebre e nada deles estava por lá, vou então a direção de onde eles haviam saí­do do meio do mato, vejo uma pequena trilha, adentro um pouco e de longe, muito longe consigo avistá-los numa pequena clareira, chamo-os e Hellen olha para trás acena e segue pela trilha que se inicia, novamente. Tento correr até o ponto onde estavam, mas não os encontro mais. Volto pela trilha e me vejo no casebre, que por alguns instantes me fez esquecer os problemas, e me deixará uma bela lembrança que tem nome e sabor: Hellen, sabor de vida, de paixão, de tesão.

*Publicado por Nivafloripa no site promgastech.ru em 28/07/16. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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