Gravação

  • Publicado em: 17/12/15
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  • Autoria: Safadão25
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GUSTAVO acomodou a câmera no alto do armário, entre

caixas e malas amontoadas que impediam a porta de fechar

completamente. Ajustou o ní­vel de luz, enquadrou a cama

de casal e acionou o dispositivo que um amigo lhe arrumara,

programando o iní­cio da gravação para quando um sensor

elétrico detectasse qualquer movimento no quarto. Sabia que

os movimentos teriam lugar naquela tarde: Beatriz não teria

sorrido tanto ao acordar, nem saí­do para caminhar um pouco

logo de manhã, nem o teria beijado com tanto carinho no rosto

ao vê-lo chegar para o almoço inesperadamente, em pleno dia

útil, caso não fosse encontrar o amante que ela negara seis ou

sete vezes no último ano.

A cena teve iní­cio minutos antes de o casal entrar no

quarto. Mostrava a cama de casal vazia, coberta pela colcha

com motivos florais que chegava quase até o assoalho. No alto

da tela, data e hora também imóveis, enquanto o tempo de

gravação corria devagar, segundo a segundo. Pouco depois, uma

mosca encobria totalmente a cama de casal, as asas brilhantes

contrastando com a mancha escura que dominava a tela,

movendo-se ligeiramente, apontando o motivo de a câmera ter

começado a gravar enquanto Paulo e Beatriz ainda conversavam

no corredor, deixando um rastro de vozes que não se distinguiam

na gravação.

Ouvia-se então o barulho da porta sendo aberta e as

vozes de Paulo e Beatriz, agora ní­tidas. A mosca voou.

"Você gosta dele?" - perguntava Paulo, depois de

encostar a porta, sentando-se na cama com ar desanimado.

"Muito." - respondia Beatriz, com firmeza e naturalidade,

enquanto contornava a cama para entreabrir a janela e fechar as

cortinas. - "Gosto muito dele. Se não gostasse, não teria me

casado com ele."

Paulo, de cabeça baixa, passava as mãos nos cabelos

fartos e negros. Parecia aflito. Depois de uma pausa:

"Bia, desculpe dizer isso assim, mas... então, por que você está

aqui comigo?"

Beatriz contornava outra vez a cama, na direção de

Paulo.

"Uma coisa não tem nada a ver com a outra." - ela dizia,

passando as mãos por sob os cabelos castanhos compridos para

tirá-los dos ombros. Sentava-se ao lado de Paulo. - "Você gosta

da sua mãe, não gosta? Gosta também da sua filha, e muito, vive

falando nela. Então, por que você está aqui comigo?"

Virou o rosto para o alto num riso rápido, agudo, marcando

o tom provocador com que expressara a comparação.

"Isso é diferente, Bia, pelo amor de Deus!" - disse Paulo,

a voz mais alta, a testa morena franzida entre as sobrancelhas

grossas, olhando desta vez diretamente para Beatriz. Amainando

o semblante, sem desviar os olhos completou, patético:

"Eu te amo."

"Eu também," - respondeu ela com displicência - "mas

não é diferente, não. Marido não é parente, mas é como se

fosse."

Novo riso, desta vez mais longo; deliciava-se com as

palavras. Seu jeito despreocupado, sempre disposto à leveza,

era o que havia encantado Paulo desde o princí­pio. Mas havia

também os dentes perfeitos, que se entreviam na gravação, o

perfil harmonioso, os seios anunciando-se livres de sutiã por

sob a camisa, os quadris bem proporcionados emoldurando-se

na calça ligeiramente justa.

Paulo não respondeu, limitou-se a fitá-la demoradamente,

um misto de afeto, desejo e distância nos olhos negros.

"Tem outra coisa, Pablito." - ela disse ainda sorrindo,

mas desta vez a sério. - "Eu sei (e você também sabe) que você

só fica comigo porque eu sou casada. Se eu não fosse casada,

ou se me separasse, o seu tesão por mim desapareceria. Você

continuaria a gostar de mim, mas sem tesão."

Paulo reagiu:

"Falando assim, você me faz sentir um cafajeste."

"Você não é cafajeste. Se afastou do Gustavo para não

ter que fingir de bom amigo, está comigo porque gosta de mim."

- ela passou a mão direita no rosto de Paulo, mão suave e bem

desenhada; ele fechou os olhos. - "Mas você gosta de pensar que

eu sou casada, e que mesmo assim estou desabotoando minha

camisa, e pegando sua mão, e cobrindo meu seio com a sua mão;

você gosta de sentir meu mamilo endurecendo na palma da sua

mão, gosta de pensar que não poderia estar fazendo isso."

Ouvia-se a voz ní­tida de Beatriz como se ela narrasse, à

distância, o que se via na gravação.

"Você gosta de sentir minha mão no teu rosto, avançando

até a sua nuca e desmanchando o seu cabelo, mas gosta mais

ainda de saber que essa mão tem uma aliança de ouro no dedo

anular, você se arrepia todo quando essa aliança esbarra na tua

pele, quando sente no seu pescoço o frio da aliança que me

consagrou a outro, e que agora está enfiada no seu cabelo como

se não fosse nada, como se não importasse diante de você.

Mas importa, importa muito, e você sabe disso; que graça teria

escorregar sua mão pela minha barriga e desabotoar minha calça

jeans se eu não fosse casada? Baixar o zí­per devagarzinho... Você

poderia desabotoar a calça jeans de muitas outras mulheres, não

teria importância, mas desabotoar a minha calça e passar os

dedos sob o elástico da minha calcinha você não pode, não é

certo você sentir meus pelinhos roçando de leve as costas dos

seus dedos."

Via-se Beatriz deitar-se na cama e levantar um pouco os

quadris, deixando passar a cintura da calça por eles, sob as mãos

enérgicas de Paulo, enquanto soltava com as pontas dos pés os

sapatos sem fivelas. A seguir, ele tirava a camisa, sem o mesmo

cuidado que tivera com a calça de Beatriz, e desafivelava o cinto.

Sob a calça social, notava-se já uma ereção.

"É ofensivo você se excitar com uma mulher casada,

sabia?" - ela disse, emendando novamente seu risinho rápido e

agudo, enquanto pousava a mão sobre o membro de Paulo por

sobre a calça. Ele deixou cair o tronco sobre a cama, os braços

abertos largados com as palmas das mãos viradas para cima.

Beatriz soltava o fecho da calça de Paulo, antes de abrir o zí­per

abaixou-se para descalçar-lhe os sapatos e meias.

"Tem coisas que eu não faço com o meu marido." "“

dizia Beatriz, puxando juntas a calça e a cueca de Paulo. - "Ele

já me pediu várias vezes, mas uma esposa tem que se dar ao

respeito." - Segurava o membro ereto de Paulo firmemente

com a mão esquerda, escorregando-a devagar para cima e para

baixo. Com a mão direita, arranhava suavemente a barriga e a

coxa do amante. - "Esse pau duro aqui, por exemplo, não pode

de jeito nenhum entrar na minha boca. Eu sei que você me ama,

mas não se esqueça que eu sou casada, e que os lábios de uma

mulher casada foram feitos para beijar os filhos."

Via-se Beatriz sorrir e aproximar o rosto do membro

de Paulo. Abruptamente, ela pôs a glande na boca, sugando

com força; Paulo respirou profundamente. Ela então lhe deu as

costas, ajeitando-se na cama: ajoelhou-se, apoiou os quadris nos

calcanhares, tirou novamente os cabelos de sobre os ombros.

A gravação mostrava-a inteira, só de calcinha, os seios rijos

não muito grandes, um iní­cio de barriga, no rosto a excitação

sexual mesclada ao divertimento infantil, sorrisos que surgiam

e desapareciam como relâmpagos ou impressões passageiras.

Paulo apoiou-se nos cotovelos e escorregou o corpo inteiro para

sobre o colchão, o membro excitado agora coberto pelas costas

nuas de Beatriz, que acabava de se voltar para ele novamente.

Podia-se vê-la debruçar o corpo sobre os quadris de

Paulo, que não se mexia, e olhava para ela como que alucinado;

suas palmas dos pés apareciam na gravação excessivamente

brancas, em contraste com o tom amarelecido das pernas, entre

as quais Beatriz, levemente bronzeada, movia-se agora com o

corpo inteiro, avançando e recuando o tronco sobre a virilha de

Paulo, a cabeça levantada em sua direção, a voz:

"Você acha bonito esfregar seu pau duro entre os seios

que um dia vão alimentar meus filhos? Acha? Os filhos do meu

marido vão sugar esses mamilos que você está esfregando na

pontinha do seu pau, que graça teria seu eu fosse tua esposa?

Você não teria coragem de apertar seu pau com os seios que vão

alimentar seus filhos, teria?"

"Bia, por favor..." - disse Paulo, ofegante e em vão.

"Não, você não teria, meu amor. Você está esfregando

o pau nos meus seios porque você é meu amante, me dá o que

o meu marido não quer, ou não pode - porque eu não deixo!" "“

novamente o risinho curto - "Mas você pode, meu amor, você

pode tudo, você é meu amante; já pensou se o meu marido me

visse agora?"

O riso saiu particularmente agudo, Beatriz também

ofegava. Endireitando o corpo, virou-se e sentou-se na cama, de

costas para Paulo, puxou a calcinha dos quadris até os joelhos

e descartou-a com movimentos nervosos das pernas. Paulo se

ajoelhava na cama, excitadí­ssimo, beijava-a no pescoço enquanto

ela se desincumbia da calcinha.

"Gostosa!"

Beatriz virou-se para ele, beijaram-se demoradamente.

Via-se na gravação o que só poderia ser descrito como uma

"guerra de lábios": ela sugava os lábios de Paulo, tentando

prendê-los, ele fazia o mesmo com os lábios de Beatriz. Ambos

tentavam impedir que o outro invertesse a inclinação da cabeça.

Estavam abraçados.

"Eu exijo do meu marido que use camisinha para transar

comigo." - ela disse, desvencilhando-se de Paulo e oferecendo

o pescoço para ele beijar. Os olhos de Beatriz eram castanhos,

brilhavam na direção do armário, os sorrisos-relâmpago indo e

vindo no rosto ensolarado. - "Tomo pí­lula, mas ele não sabe."

- fechou os olhos, um sorriso prolongado quando ele afastou

seus cabelos e começou a beijar-lhe a nuca. - "Só com você eu

transo sem camisinha, só o seu pau eu sinto inteiro dentro de

mim."

Paulo tentou fazê-la deitar-se na cama, empurrando-a

delicadamente pelos ombros. Beatriz resistiu. Aproximou o rosto

do ouvido de Paulo e, com voz muito baixa, quase indistinta na

gravação:

"Sou tua. Aproveita. Me devolve usadinha para o meu

marido."

Em seguida, via-se Beatriz deitar-se e abrir as pernas, e

Paulo encaixava-se nela e a penetrava, oscilando entre estocadas

vigorosas, movimentos suaves e momentos em que, introduzindo

profundamente seu membro em Beatriz, continuava forçando o

quadril como se pretendesse ir além do que era anatomicamente

possí­vel, permanecendo assim por vários segundos antes de

retornar aos movimentos. Ambos ofegavam. Beatriz:

"Eu sou casada, minha aliança está colada nas tuas

costas... Eu estou nua debaixo de você, meus seios estão colados

no teu peito, meus mamilos durinhos, você me beija e lambe meu

rosto quando bem quer... Você se excitou com o meu corpo,

agora seu pau está enfiado em mim, entrando e saindo, eu estou

de pernas abertas debaixo de você que não é meu marido, sei

que você vai me encher de esperma, que vai esvaziar suas bolas

dentro de mim... Você está onde não poderia estar, fazendo o

que não poderia fazer com quem não poderia deixar você fazer,

mas você quer, seu pau está cada vez mais duro e esticado na

minha bucetinha bem-comportada de esposa, você quer e eu

deixo, e mesmo eu deixando você não poderia, e mesmo assim

você continua a meter, vai gozar mesmo assim, vai me encharcar

de esperma e depois me deixar para o meu marido, usadinha e

contente, ele que fique com os restos, porque essa bucetinha

que está para explodir de tanto apertar seu pau agora é tua."

Ouvia-se o gemido profundo de Beatriz, que inclinava

a cabeça para trás enquanto empurrava para cima os quadris de

Paulo em espasmos irregulares, as pernas cruzadas na altura dos

tornozelos prendendo-o dentro dela, os braços agarrando-o

pelo pescoço. Ato contí­nuo, Paulo contraiu todo o corpo, soltou

um gemido grave que foi tendendo ao agudo enquanto seus

quadris, também em espasmos, pareciam querer livrar-se de

Beatriz, impedidos pelas pernas que ela mantinha firmemente

cruzadas. Em seguida, silêncio; os dois abraçados, imóveis, ele

ainda sobre ela, e pouco antes de estirar-se a seu lado ele a beijou

na boca profundamente.

A gravação continuava com Beatriz e Paulo saindo de

quadro, retornando envoltos em toalhas, vestindo-se, conversando

e rindo amistosamente, arrumando a cama, trocando selinhos e

abraços carinhosos. Depois, outra vez a cama vazia, os motivos

florais da colcha certamente respingada substituí­dos por figuras

geométricas em azul, vermelho e amarelo. A mosca não voltou

a pousar sobre a lente, pelo menos enquanto Gustavo manteve

a gravação rodando, absorto nas formas losangulares da colcha

limpa que Beatriz escolhera para substituir a outra.

"Isso não se faz..." - ele pensou, num misto de tristeza

e ódio, enquanto assistia pela segunda vez à gravação. Beatriz

dormia serenamente no quarto, os cabelos soltos no travesseiro,

a respiração suave, as mãos juntas sob o rosto delicado, imagem

plena e imaculada de esposa. Na sala, sob a tela de vidro, era

outra mulher, não a sua.

"A do Paulo" - sussurrou Gustavo, sentindo um arrepio

de espanto.

*Publicado por Safadão25 no site promgastech.ru em 17/12/15. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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