A Crente Sedenta

  • Publicado em: 11/12/15
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  • Autoria: lopezht
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(por H. Thiesen)


No meio da noite ela acordou desesperada, seu corpo queimava e um desejo incontido tomava-lhe o ser.

Nos seus trinta e dois anos de vida, era a primeira vez que passava por uma situação daquelas. Ela suava, o coração quase saltava pela boca, entre as suas pernas algo escorria e os pensamentos não lhe obedeciam, por mais que tentasse desviá-los, a tentação era muito maior e eles voltavam ao mesmo ponto: Sexo, sexo, sexo!

Não fora criada daquela forma, cresceu numa famí­lia casta, com fé fervorosa e recatada. Para ela o sexo era pecado e um ato impuro. Casou virgem e a sua primeira experiência sexual havia sido frustante. Sentiu vergonha dela mesma, por deitar-se de pernas abertas, deixar um homem inclinar-se sobre seu corpo e invadi-la daquela forma. Culpando-se, não conseguiu olhar-se no espelho por alguns dias. Um mês depois o marido sumiu, numa manhã ele saiu para trabalhar e não voltou, nunca mais teve notí­cias e nem sabe o que aconteceu com ele. O que ela sabia sobre sexo, aprendeu nas poucas vezes que dormiu com ele, nos dias que ele ficava em casa, de folga à noite e foram muito poucas.

- Sexo é para procriação - dizia ele, tão crente quanto ela!

Deitada na cama um fogo a consumia, seus pensamentos se tornavam cada vez mais lascivos e a sua excitação, deixava-a totalmente encharcada.

- Deus, será que estou louca? O que é isso agora?

Não sabia como aquilo estava acontecendo. Acordara daquele jeito e no máximo tinha vagas lembranças de um sonho. Para ela, um pesadelo horrí­vel!

- É pecado! Isso é pecado! Coisa do demônio!

Sentou-se na cama, cruzou as mãos sobre o peito e orou. Aqueles pensamentos pecaminosos não a deixavam em paz, sequer conseguiu começar uma prece.

Levantou-se foi à cozinha, encheu um copo com água, encostou-se na pia e bebeu. Enquanto bebia seus pensamentos voavam. Lembrou-se de uma conversa com a colega de trabalho, sentiu-se imunda:

- Fui curiosa demais! O que ela me disse é loucura, mulher decente não faz. Sexo é coisa sagrada!

Voltou para o quarto orando e determinada, tentava penitenciar-se, mas não esquecia do sonho imundo. Deitou-se novamente, não conseguia deixar de pensar no sonho que teve e a fizera acordar naquele estado deplorável. A noite ia alta, minuto a minuto, hora após hora e não seus olhos não pregavam de jeito nenhum.

Lembrou-se do marido desaparecido e nas poucas vezes que fez sexo com ele, comparando os momento e notou que nunca havia sentido aquilo com ele. Num gesto espontâneo, colocou as mãos entre as pernas e viu que a calcinha estava molhada.

- Será? Será que tive um orgasmo! Não... Isso é do demônio! Mulher reta não tem isso! Valei-me!

Tentando medir a extensão do seu pecado, apalpou-se e sentiu sensações que nunca havia sentido.

Esqueceu-se do sonho e do pecado, continuou se tocando. Ela nunca experimentara tais sensações. Curiosa, toucou-se mais um pouco e sem saber bem o que fazia, deixou os instintos aflorarem e finalmente eles a envolveram. A mulher crente deu lugar à fêmea excitada.

Explorou-se, invadiu-se e tateou seu corpo. Naquela noite ela libertou-se dos pudores, afastou seus medos e abriu-se aos pecados. Sem vergonha nenhuma de si, permitiu-se ao prazer. Seu corpo vibrou, suas pernas tremeram, soltou os gemidos e no grito final, abandonou-se a um gozo imenso. Cansada e exausta dormiu!

Acordou de manhã, sentindo o cheiro do seu suor impregnado na cama. Sentiu-se viva, pela primeira vez acordara com prazer em viver. De repente pensou, que havia cometido um pecado, mas logo retrocedeu, como uma coisa tão boa pode ser perversa e perguntou para ela mesma:

- Será que o Pastor não fala com Deus para mudar esta lei?

Um pingo de consciência pesada, a fez voltar aos pensamentos anteriores:

- É blasfêmia, isso é blasfêmia! Abri as portas do meu corpo para o Demônio!

Levantou-se, vestiu a roupa de sempre, blusa recatada, saia comprida, meias três quartos e sapato sem salto. Foi ao banheiro, lavou o rosto, penteou os vastos cabelos compridos. Tomou um café e saiu.

Foi à igreja, fazer penitência, era dia de culto. Orou e pediu para ser afastada do pecado, não queria mais pecar contra a castidade.

Depois do culto, voltou para casa ligeiro. Era domingo e precisava descansar. Resolveu deitar-se um pouco.

Trocou de roupa, decidiu por uma camisola, para ficar mais à vontade e deitou-se na cama. Sem dar-se por conta deslizou a mão nos seios e a sensação, como na noite anterior, aguçou novamente os seus instintos. Desceu sua mão acariciando a barriga e sentiu prazer com seu próprio toque. Continuou descendo e alcançou o meio das pernas. Veio os calafrios, depois o calorão e perdeu o controle da sua mão. Já não mais lhe importava o pecado, eram devaneios que a deixavam louca. Gemeu alto desejando que alguém estivesse com ela. Sem dar-se por conta, envolvida em seu corpo, gritou e chegou ao gozo!

O quarto fechado, o calor do verão e o orgasmo, haviam a deixado suada. A intensidade do orgasmo deixou-a em transe, com falta de ar, com o coração disparando e os músculos retesados e doloridos. Ficou deitada na cama, parada, tentado recuperar-se e adormeceu, tão rápido quanto tomar um calmante.

Quando acordou era noite e não conseguia pensar em mais nada.

- Amanhã é segunda, dia de trabalho, mas para que dormir tão cedo, se é tão bom gozar!

*Publicado por lopezht no site promgastech.ru em 11/12/15. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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