Ema e Célia:Desejo e ciúmes

  • Temas: Conexão virtual,adolescência,madura,ciúmes
  • Publicado em: 19/08/25
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  • Autoria: Baixinha20
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Dois dias haviam se passado desde meu primeiro contato com Célia. Claro que Adilson perguntou como havia sido, e eu fui sincera:


"Achei ela ótima... do jeitinho que eu gosto."


"Ela me disse que também gostou muito de vc, apesar de vc ter sido muito tímida com ela. Ela te contou já?" — perguntou Adilson.


"Contou o quê?"


"Ahhh, se ela não falou nada ainda, deixa quieto então..."


Uma qualidade do Adilson é que ele não era desrespeitoso, foi o que me encantou nele, mas, pela primeira vez, odiei a lealdade dele. Aquilo ficou na minha cabeça, mas não insisti com nenhum dos dois.


À noite, comecei a conversar de novo com Célia. Nos falamos mais à noite, pois é quando ela tá livre e eu também. O mesmo papo da primeira vez, mas nem precisei perguntar nada — ela mesma abriu o jogo.


"Preciso te contar uma coisa antes que a gente vá mais longe… não quero que descubra por outra pessoa."


"Tá me deixando preocupada… o que foi?"


"Eu sou casada, Ema. E tenho uma filha da sua idade… talvez até mais velha."


Meu coração deu um salto. Parte de mim queria fechar o celular e fugir, mas a outra parte… aquela que queimava de desejo… só se excitou ainda mais.


"Isso… me surpreende. Mas não sei por quê, em vez de afastar, me deixa com ainda mais vontade de você."


Do outro lado, demorou alguns segundos até que ela respondesse. Senti o peso do silêncio, como se ela estivesse escolhendo cada palavra com cuidado.


"Você é maluca, sabia? Mas uma maluca deliciosa…"


Sorri em silêncio pra tela. Ok, admito: eu já tava envolvidona na dela.


"Ah, deixa eu te falar uma coisa que eu acabei esquecendo, tô aqui na rodoviária, vou viajar pra minha terra natal em Santa Catarina."


"E me avisa em cima da hora, mulher?"

"Pois é… mas antes de eu embarcar, eu preciso ouvir sua voz, Ema. Só um pouquinho, prometo."


Meu coração disparou. Nervosismo, excitação e aquela sensação de perigo se misturavam. Respirei fundo e toquei no botão de chamada.

A voz dela veio rouca, firme e carregada de uma doçura provocante. Meu corpo inteiro arrepia.


— Oi…


Murmurei quase sem força, sentindo cada palavra sair tremida.


— Você tá nervosa, eu consigo sentir.


Ela riu baixinho, e o som fez meu estômago se contorcer de nervosismo e desejo.


— Claro que tô… nunca pensei que ouvir sua voz fosse me deixar assim.

— Assim como? — provocou, com um riso arrastado.


— Com frio na barriga… É a primeira vez que faço isso, nem com o Adilson eu já tinha feito. Que que cê tá fazendo comigo hein? — a última frase saiu num sussurro rouco e sensual, pois era uma pergunta genuína.

— O que você tá fazendo comigo? Tô toda boba aqui parecendo uma adolescente.

— Você tá toda boba, é? Bom saber disso, eu acho. — e dou uma risada nervosa.

— Então me conta, Ema… — começou ela, a voz baixa, quase arrastada. — Tá pensando em mim nesse momento?


— Ah… — gaguejei, sentindo minhas bochechas queimarem. — Tô sim… não consigo parar de pensar.


— Só de pensar? — provocou, com um riso rouco. — Ou de querer mais?


— De querer mais… — admiti, quase sem fôlego. — Queria poder te tocar… sentir você pertinho.


— Humm… — ela fez um som longo e sugestivo. — Eu queria sentir você também, Ema. Mas por enquanto, só posso ouvir você.

— E já é o suficiente pra me deixar maluca... e molhada.

— Eu sei… — disse ela, devagar, como se saboreasse cada palavra.


O silêncio caiu por alguns segundos, mas não era vazio. Era pesado, carregado de tensão, desejo e aquela expectativa deliciosa que nos deixava presas apenas à voz uma da outra. Decidi ir por outras camadas, eu não estava sozinha em casa, e se minha mãe ou meus irmãos me ouvissem falando aquelas coisas, seria um mico da porra.


O silêncio pesado ainda pairava no ar, mas de repente, ouvi passos e vozes ao fundo. Uma amiga da escola tinha aparecido lá em casa, e minha mãe veio me chamar. Rapidamente, falei para minha mãe que estava muito ocupada e que ela podia deixar o pen drive comigo depois. Por sorte, ela entendeu e saiu, fechando a porta atrás de si.


Do outro lado da linha, percebi a mudança na voz de Célia. Um suspiro longo, tenso, carregado de ciúme, escapou dela.


— Alguém apareceu aí, né? — perguntou, tentando manter o controle, mas era evidente que estava incomodada.


— É… — murmurei, um pouco sem jeito. — Mas não é nada demais, prometo.


— Hmm… — ela suspirou de novo. — Bom saber… mas confesso que fiquei com ciúmes.

— Então… quem apareceu aí? — perguntou ela, ainda com aquele ciúme na voz.


— É uma amiga da escola… — respondi, tentando soar tranquila. — O nome dela é Maryan.


— Maryan… e ela é sua namorada? — perguntou, direta, carregada de ciúme.


— Não… claro que não — respondi, sentindo meu rosto esquentar.

— Maryan, hein… achei que você fosse só minha preocupação agora.


— Sua preocupação? Ai, Célia… não precisa ficar assim, juro que não é nada demais.


— Não é nada demais? — respondeu ela, com aquele toque de malícia misturado com ciúme. — Eu fico imaginando vocês duas juntas, e não gosto nem um pouco disso.


— Você tá exagerando… é só uma amiga da escola, prometo.


Ela demorou um pouco para responder, e quando voltou, veio com aquela mistura de provocação e cuidado que eu já conhecia:

— Tá bom, confio em você… mas fica sabendo que vou ficar de olho, viu? Ninguém tira minha atenção de você.


Meu coração disparou. Aquele ciúme inesperado só reforçava o quanto ela se importava comigo, e eu, sem saber direito como reagir, só conseguia sorrir e dizer:


— Tá bem… mas promete que não vai ficar brava comigo.


— Prometo… mas só se você continuar sendo minha, Ema.


Aqui volto a lembrar que eu era adolescente e achei aquele ciúme inesperado e meio bobo da Célia uma coisa fofa. Mas, lá no fundo, aquilo já era uma bandeira vermelha que futuramente ainda me daria dor de cabeça. Mesmo assim, ignorei os sinais.


Depois daquela troca sobre a Maryan, a Célia suspirou do outro lado da linha e disse que o celular dela estava descarregando.


— Meu celular tá quase morrendo… vou colocar pra carregar. Quando der, te mando mensagem, tá?


— Tá bem… — respondi, sentindo aquele aperto no peito de já ficar sem falar com ela.


— Afinal, já tô quase embarcando no ônibus — completou, e pude ouvir a ansiedade na voz dela.


Desligamos a chamada, mas a sensação de proximidade e de ciúme que ela demonstrou ainda pairava no ar, deixando meu coração acelerado e ansiosa pelas próximas mensagens.


Um tempo depois, recebi uma foto da Célia já dentro do ônibus, sentada e olhando pela janela. Na legenda, ela escreveu apenas: "indo".


— Boa viagem, minha loirinha — respondi, junto com um apelido carinhoso que só ela sabia que eu usava.

*Publicado por Baixinha20 no site promgastech.ru em 19/08/25. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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