A casa do pecado 02: A dona da cidade
- Temas: Anal
- Publicado em: 15/12/24
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- Autoria: TurinTurambar
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No passado…
Era intervalo de aula quando Renato e Michele se abraçavam, trocando beijos no meio de um grupo de adolescentes. Ao lado deles, outro casal. Rafaela e Rodolfo também se mantinham abraçados enquanto observavam Renato beijar a namorada lascivamente, com as mãos firmes lhe apertando a bunda. O gemido manhoso dela era abafado pelo beijo, mas mesmo assim era audível por todos em volta. Eles não se importavam, pois podiam fazer tudo. Os olhos azuis da loira miraram para a fila da cantina e acharam um rapaz magricela, de traços delicados.
— Quer ver eu ganhar o lugar dele? — perguntou Michele.
— Duvido! — desafiou Renato.
A loira se soltou do abraço do namorado e, incentivada pelos demais, se dirigiu a Daniel. Exibia um sorriso angelical, amável, que fez o coração do rapaz acelerar.
— Oi, Dani, tudo bem? Essa fila está tão grande, você deixa eu ficar no seu lugar?
Ela nunca o chamou de Dani. Aquilo fez seus olhos brilharem e um sorriso se abriu no seu rosto. Apesar disso, não era comum ela o tratar assim.
— É que estou nessa fila há um tempão.
— É por isso que quero entrar antes. Faz o seguinte: você me dá o seu lugar e eu te dou um beijo.
Daniel franziu o cenho. Parecia bom demais para ser verdade.
— Isso mesmo, beijo. Você escolhe onde beijar ou o que quiser fazer comigo enquanto me beija.
Daniel dá um passo atrás, dando espaço a Michele. A loira assume seu espaço na fila e cai na gargalhada.
— Otário! Acha que mulher alguma quer beijar você. Eu só gosto de homem de verdade!
O tom doce da voz de Michele ganhou um ar debochado. Aquilo não foi falado e sim gritado para toda a escola ouvir. Aquele desaforo, junto ao constrangimento, fizeram o rosto do rapaz enrubescer. Mal as primeiras lágrimas caíram do seu rosto, um empurrão o jogou a alguns metros de distância. Daniel começou a chorar quando olhou para a fila e viu todos naquele pátio o olhando. Renato abraçava a namorada enquanto o fuzilava com os olhos.
— Fica longe da minha namorada, filho da puta!
Os risos brotaram de todos os cantos. Com um desejo enorme de se esconder, Daniel correu.
— Isso, seu merda! Vai chorar com a piranha da sua mãe! — gritou Renato, seguido de risos de todos.
Quinze anos depois…
A vida na fazenda fez Michele ser apaixonada por animais. Sendo filha de Josué, o principal fazendeiro da cidade, teve a melhor educação que o dinheiro pode comprar. Não teve dificuldades em se formar em veterinária e a ajuda financeira do pai foi fundamental para ela abrir a sua clínica. Loira, com os cabelos longos e lisos, tinha um sorriso angelical, adornado pelos seus olhos verdes. Sua doçura com os animais a fez ser conhecida como o anjo dos bichos, nome que levou para sua clínica. Popular desde os tempos da escola, tem as redes sociais recheadas de fotos com os pacientes. Todas com muitas curtidas. Não havia um dono de animal na cidade que não amasse Michele.
Se casou com Renato, seu primeiro namorado, por quem se apaixonou ainda na adolescência. A cidade via a união do filho do dono do maior mercado da cidade com a filha do maior fazendeiro como a união perfeita.
Ela era o orgulho da cidade. Uma esposa fiel e dedicada. Uma mulher belíssima e adorável, além de ser uma empresária de sucesso. Era vista como um exemplo de mulher, excelente em todas as áreas. Era respeitada pelos mais velhos e admirada pelos mais jovens.
É claro, tinha outro lado. Sendo a única filha de Josué, foi tratada como princesa desde sempre e suas vontades sempre foram atendidas. Tornou-se uma mulher controladora, que dificilmente admite ser contrariada. Os funcionários da veterinária a temem, pois, fora dos olhos do público, ela controla os trabalhos com firmeza, muitas vezes aos gritos. Quando o pai decidiu entrar na vida política e se tornar prefeito, sua intransigência extrapolou os limites da clínica veterinária. Não eram poucos os boatos sobre licenças e alvarás suspensos de quem ousasse desafiar Michele. Para a maioria, ela é conhecida como anjo, mas outros também a chamam de “a dona da cidade”.
Naquele dia, Michele dirigia seu carro pela rua dos prazeres até passar em frente ao número seiscentos e sessenta e seis. Tinha lembranças daquele imóvel que fazia seus lábios desenharem um sorriso nefasto. A obra em si não era novidade para ela, exceto a surpresa de alguém querer fazer algo ali. O que lhe chamou a atenção foi um rosto conhecido aparecer entre os peões. Não era tão magro como antes, mas ainda não era interessante. Os traços amadurecidos do rosto o deixaram mais bonito. A calça e camisa sociais lhe davam um ar “engomadinho”, ou “sem graça”. De fato, ela não podia esperar muito de Daniel, apesar de concordar que o tempo lhe fez bem. Apenas não fez o bastante.
Ficou curiosa, estacionou o carro ali e atravessou a rua para cumprimentar o ex-colega de escola. Daniel ficou surpreso ao ser lembrado por ela e fez questão de convidá-la para tomar um café em sua casa, no andar de cima. Subiram as escadas e Daniel ofereceu o sofá para Michele se sentar. Fez o café enquanto contava histórias do passado. Daniel fingia rir, pois tais relatos ou ele não lembrava, ou simplesmente não estava no momento para ter presenciado. Michele falava muito de si e custou um tempo até perceber isso.
— E você, não lembra nada?
— Bom, tem muita coisa naquela época que fiz questão de esquecer.
O sorriso de Michele murchou.
— Fala do Renato?
Daniel olhou para o chão.
— O que posso te dizer é que faz muitos anos que ele não fala mais nada sobre aquilo. Tenho certeza de que ele te perdoa.
Daniel franze o cenho.
— Me perdoa? Pelo quê?
— Você sabe, aquela história com sua mãe e o pai dele. No fundo, ele sabe que você não tem culpa.
Daniel respirou fundo, deixando a raiva momentânea passar.
— Bom, se ele esqueceu, faço bem em esquecer também. Vocês casaram então?
— Sim. Todo mundo diz que o “conto de fadas” dessa cidade. O príncipe e a princesa se casando.
Daniel abre um sorriso falso.
— E foram felizes para sempre?
— Sim. Estamos sendo. O Renato assumiu o mercado do pai dele e eu estou tocando minha veterinária. Publicaram uma matéria sobre mim no jornal, acredita? Sou exemplo de uma empresária de sucesso.
Daniel ouvia a conversa de Michele, sempre voltando para si mesma. Em parte, queria se enforcar de tão chata que aquela mulher era, outra queria enforcá-la por mentir descaradamente sobre sua mãe. Uma terceira parte de si, porém, via naquilo uma brecha para se aproximar dela.
— Sabe, eu lembro de uma coisa. Fico com vergonha de dizer, mas talvez eu não tenha outra oportunidade dessa de falar algo tão importante para você. — disse Daniel, olhando sério nos olhos de Michele.
— Nossa, me fala o que é tão importante.
— Você me deve um beijo, não lembra?
Michele gargalhou.
— Meu Deus, achei que fosse algo sério. Aquilo foi uma brincadeira de criança.
— Entendo que sim, mas não para mim. Você sempre foi a garota mais incrível para. Eu te admirava. Sonhava com você.
— Deixa de ser bobo, Daniel. — disse Michele com um sorriso difícil de segurar no rosto.
— Sim, eu era bobo e percebo que continuo sendo. Vendo você, lembro dos poemas que escrevi para ti e que ninguém nunca leu. Você não mudou nada, continua linda. As curvas do seu corpo ficaram ainda mais charmosas e acabo de descobrir algo ainda mais incrível. O movimento doce dos seus lábios ao abrir um sorriso enquanto me encara com esses olhos de esmeralda. Você não é um anjo, Michele. Está além do divino.
Michele corou, a pele branca do rosto mudou de tom enquanto um sorriso de satisfação brotava no seu rosto. Sempre foi uma mulher muito desejada e era acostumada a admiradores a colocarem em um pedestal. Daniel falava com admiração, quase uma adoração. Nunca falando daquela forma, não olhando profundamente nos seus olhos como Daniel fazia. Seja pela fala ou pelo olhar, sentiu-se tocada em seu íntimo.
— Nossa, Daniel. Que lindo o que você disse. — disse Michele para respirar fundo em seguida. — Você sabe que aquilo foi só uma brincadeira e hoje sou casada com o Renato, não posso dar uma coisa dessas para você.
— O beijo naquela vez era na boca? — perguntou Daniel, fingindo estar enganado.
— Não…, sim, quer dizer… não lembro. Faz muito tempo — Michele olha para os lados, buscando desviar de Daniel — talvez fosse um selinho.
— Um selinho. Seria um encostar suave dos lábios. Acho que o Renato não se importaria. Principalmente se ele não souber.
— As coisas não são assim, Daniel. Sou casada e meu marido confia muito em mim. Não posso fazer nada que o magoe.
— É um sonho para mim. Você não faz ideia do quão incrível é você estar na minha sala conversando comigo. Tudo que eu queria era um carinho mínimo seu. Seria um momento único, que eu guardaria para a vida.
Michele enrubesceu de novo. Tendo seu ego tão elevado, aceitou. Os dois ficaram de pé e Daniel fechou os olhos a pedido dela. Michele o deixou esperando por um instante, pensando se daria mesmo o tal selinho, mas, no fim, optou por um beijo na bochecha.
Foi rápido, em menos de um segundo.
Daniel envolveu seu corpo com os braços, invadindo a boca com a língua. Michele arregalou os olhos, colocou as mãos nos olhos dele, mas não os empurrou. A língua macia se esfregava na sua de um jeito que ela se derreteu e as mãos deslizaram dos ombros para envolvê-lo.
As mãos que seguravam a cintura desceram a bunda e o corpo de Michele reagiu, se esfregando em Daniel. O gemido manhoso da loira era audível, mesmo que abafado pelo beijo. As mãos de Daniel desceram a calça de Michele até as coxas, deixando a bunda farta exposta e sua calcinha branca. Três tapas firmes foram dados em sequências naquelas carnes macias e Michele beijava com ainda mais voracidade. Daniel ia além, deslocando a mão agora entre as nádegas dela e levando um dedo até suas pregas. O toque da ponta do dedo deixou o gemido abafado ainda mais manhoso. A calça da loira caiu até o chão e ela passou a rebolar, esfregando a boceta na coxa de Daniel.
Como dedo cada vez mais enterrado, Michele rebolava com mais firmeza, forçando o corpo contra a calça de Daniel. Os lábios finalmente se desgrudaram e os gemidos se tornaram escandalosos. A loira se derretia com o dedo enfiado no cu e rebolava, abraçada a Daniel. A força do quadril contra a coxa aumentava, assim como o tom dos gemidos, até que este se tornasse um grito. Michele berrou no ouvido de Daniel, movendo o quadril cada vez mais devagar, até finalmente voltar a si.
Numa mudança súbita de comportamento, empurrou o ombro de Daniel com uma mão, com outra, tirou a mão dele de dentro de sua bunda. Com a calça arriada, caiu no chão e ajeitou as roupas enquanto se levantava. Daniel tinha uma mancha úmida em sua calça, ao longo da coxa.
— Daniel, você é maluco? Olha o que você fez.
— Fiz? Quem manchou minha calça foi você.
O tom de admiração, quase submisso, da voz de Daniel deu lugar a outro. Ainda falava com absoluta tranquilidade, mas carregado de deboche.
— Não era para fazer isso.
— Lembro muito bem daquele dia. Você me daria um beijo e eu podia fazer o que quiser com você. Depois de tantos anos, você pagou sua promessa, e com gosto — disse Daniel, ao abrir um sorriso malicioso enquanto olhava para a mancha em sua calça.
— Porra, Daniel, eu sou casada, você não pode fazer isso comigo!
— Bom, já que o Renato me perdoa, agora ele tem um motivo. Manda um abraço para ele.
Michele terminou de ajeitar sua roupa e seguiu, com passos apressados, para a saída. A porta bateu com força, provocando risos em Daniel. O rapaz foi até a janela e assistiu Michele entrar em seu carro e sair em disparada.
*Publicado por TurinTurambar no site promgastech.ru em 15/12/24. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.