Essa sou Eu, e Esse é Você!

  • Conto erótico de traição

  • Temas: traição, casal, ciúmes, amor, romance
  • Publicado em: 11/04/23
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  • Autoria: Amaro
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- Mas... por que o ciúme, amor?! Você nunca foi assim! ela disse, surpresa, quando viu que eu não estava contente com o surgimento de um novo amigo.


Eu não era ciumento. Na verdade, sentia até um certo prazer quando percebia algum homem de olho em Celine. Achava que todo marido deveria ter orgulho, e não ciúme por sua esposa ser bonita.

Mas, com Maxine, senti a ameaça desde o começo.

Celine me explicou que haviam conversado apenas umas duas vezes, em Francês. E era só por amor a essa língua que ela fizera amizade com o rapaz. De origem, ele era da Costa do Marfim, mas havia morado na França por muitos anos. Agora estava no Brasil havia meses. Como nós, também tinha um negócio na praia: um estúdio de tatuagem feminina.

- E quando eu ia ter a chance de falar Francês com um nativo, hein? ela argumentou.

Ela parecia tão entusiasmada com o amigo estrangeiro! Eu não queria estragar sua alegria. Então lhe dei um sorriso e apenas lhe recomendei cautela, pois ainda se tratava de um desconhecido.

- Que nada! Ele vive aí pela praia tatuando as turistas. Só você não o conhece!


No dia seguinte, fui à Fortaleza, onde tenho uma pequena lanchonete que fica sob a responsabilidade de um primo. Faço essa viagem de duas horas algumas vezes na semana. Permaneço um dia ou dois e volto. Celine fica na praia e cuida do quiosque sozinha nesses períodos de afastamento.

Na volta, chegando ao nosso bar, encontrei minha mulher de conversa com o tal gringo junto ao balcão. Às vezes os dois riam juntos como se fossem antigos amigos.

Celine, quando me viu, deu a volta no balcão e correu para vir me abraçar.

- Finalmente vocês se encontraram! Amor, esse é o Maxine! Maxine, esse é meu marido Saulo.

- Enchanté! disse o negro com um sorriso e um aceno de cabeça.

Apertamos as mãos e eu resmunguei que também era um prazer.


Maxine era um tipo de negro bonito, jovem e alto. Exibia um simpático sorriso com dentes perfeitos na maneira como se enfileiravam entre seus grossos lábios. O corpo poderia ser o de um futebolista. Mesmo não me considerando feio, senti que minha autoestima se esvaziava na presença daquele belo modelo de homem africano.


Para piorar minha insegurança, ele ainda tinha a vantagem de falar Francês, língua que minha esposa estudava e pela qual sempre fora apaixonada, talvez até por ter no sangue, por parte paterna, uma porção francesa, fato evidenciado inclusive em sua aparência: loira de olhos claros.

Celine repetiu, como se tivesse esquecido, a explicação que me dera, dias antes, de como haviam se encontrado, ali mesmo no nosso barzinho. Maxine viera fazer propaganda do seu estúdio e Celine notara o sotaque. Foi assim que ela se interessou no mesmo instante por ele.

Enquanto ela contava tudo isso, empolgada, eu apenas trocava sorrisos simpáticos com o gringo.

Enfim, talvez percebendo que nos faltava assunto e naturalidade, e não falando muito bem o Português, o homem educadamente apertou mais uma vez minha mão e se retirou.

À noite, antes de irmos para cama, ela quis saber como eu me sentia em relação à amizade dos dois, se eu não ficava chateado de alguma forma.


- Não, amor! está tudo bem; ele é um rapaz legal, eu respondi.

Não estava sendo sincero; ver minha esposa com intimidade com um estranho não era muito agradável. Apenas não queria aborrecê-la. Além disso, desde o começo do nosso relacionamento, tínhamos combinado que não seríamos um casal como tantos outros, que permitem a paranoia do ciúme se instalar e destruir o amor.

Na mesma noite, trocando com ela carícias na cama, senti como se minha paixão por Celine tivesse se intensificado. Transamos demoradamente e até revivemos fantasias do início do nosso casamento.

Aos poucos, fui me acostumando com a existência desse novo amigo de minha esposa. Procurava me convencer de que não havia nenhum motivo para ter inseguranças. Na minha permanência no bar, o sujeito aparecia raramente. Celine aproveitava a oportunidade para praticar com ele. Aparentemente ela só tinha interesse no idioma. Aquele seria só mais um admirador entre tantos que ela atraía, sem nenhuma consequência além de uma inofensiva amizade.

Depois, mais seguro, cheguei até a sentir um pouco de pena dele, que babava por ela sem a menor chance de correspondência, eu imaginava. Voltava-me o sentimento misto de orgulho e prazer de saber que tinha uma linda esposa e que ela era admirada, desejada por outro homem.

Um dia, ela apareceu com uma tatuagem na virilha. Eram dois pequenos golfinhos se beijando e formando um coração com seus corpos curvados. Para me mostrar a tatuagem, teve que baixar um pouco a calcinha. Nunca gostei de tatuagens, mas lembrei vagamente que ela já tinha me pedido autorização para fazer uma e eu permitira.

- Essa sou eu, e esse é você! ela disse, apontando pra cada um dos dois golfinhos.

- Ficou linda! Foi o Maxine que fez?

- Foi sim... mas... pela sua cara, já vi que não gostou!

- Claro que gostei! Só que eu poderia ter ido com você...

- Como?! Se era para ser uma... sur-pre-sa!!!

Disse a última palavra soletrando-a lentamente. Tivemos uma discussão. A tatuagem seria uma homenagem ao nosso amor, mas eu estava estragando tudo. Arrependi-me, pedi desculpas e jurei que não teria mais ciúmes tolos.

A verdade, porém, é que pensei muito naquela tatuagem depois. Em que circunstâncias teria sido feita? Ela teria ficado nua ou bastara ter baixado a calcinha? Era tão perto do seu sexo! Enfim, esquecemos o assunto da tatuagem, que ficou para sempre marcada em sua pele, não apenas como símbolo do nosso amor, mas um pouco também como a lembrança de uma briga por ciúme.

Para provar que eu não era um marido inseguro e possessivo, permiti que ela fosse algumas vezes por semana ao estúdio do tatuador para ter suas conversas em Francês. Ela queria praticar com ele num lugar mais calmo e apropriado. O ambiente do nosso bar era agitado, e os clientes, que faziam pedidos a todo instante, não permitiam a tranquilidade necessária. Assim, no final da tarde, eu ficava no bar e ela podia ir ter suas aulas livremente. A hora era ideal porque Maxine fechava mais cedo e não havia mais ninguém pela praia.

Nos primeiros dias, consegui me conter e deixá-la em paz com seu professor. Às vezes, imaginando o pior, eu me dizia que, mesmo na hipótese remota de ela se interessar sexualmente por ele, o caso não passaria de algumas transas, que no fim ela continuaria sendo minha. Depois rejeitei essas ideias imaginando que não poderia suportar uma infidelidade por parte dela.

Notei que, durante esse período das aulas, Celine nunca parecera tão feliz. Esse fato, ao mesmo tempo que me deixava feliz por ela, me causava igualmente incômodo.

Um fim de tarde, durante uma daquelas aulas, fechei o quiosque e fui até o estúdio do tatuador.

Era início de noite quando cheguei ao local. Àquela hora, a praia estava deserta e a única movimentação de gente era ao longe, nos quiosques e restaurantes. O bangalô dele ficava próximo ao mar, distante apenas o suficiente para não ser atingido pelas ondas. Num morro mais distante e mais elevado, erguia-se o farol com sua luz amarela girando lentamente. O clarão se aproximava e, por um segundo, tudo iluminava à volta. De dentro da cabana, era a luz fraquinha de dois lampiões que escapava pelas frestas na madeira.

Aproximei-me silenciosamente pela parte traseira do estúdio e procurei uma brecha entre as várias que havia na parede. O que esperava ver lá dentro? Nada e tudo ao mesmo tempo. O importante mesmo era matar a curiosidade e saber o que se passava naquelas sessões de estudo entre minha esposa e o tatuador estrangeiro. Fosse coisa boa ou ruim, eu apenas precisava ver!

Certo que eu estava correndo um risco. Se Celine me pegasse vigiando-a daquele jeito, não sei se me perdoaria. Mas era preciso, ou a dúvida me sufocaria até a morte.

Encostei o olho em um dos buracos. No início, só pude ouvir a voz dos dois lá dentro. Falavam em Francês. Eu não entendia o que diziam. Só os risos eram claros: estavam se divertindo de alguma forma.

Olhei através de outro buraco maior e pude ver os dois sentados lado a lado numa espécie de cama de couro preto onde deviam ficar deitadas as clientes dele. Pro meu grande espanto, minha mulher e o tatuador apenas conversavam! Não faziam nada de indecente. Senti vergonha; o único indecente ali era eu. Era eu que estava faltando com a lealdade e a confiança que um casal que se ama deve ter! Espionando uma esposa boa e fiel!


No caminho, eu ia com o coração ao mesmo tempo aliviado e triste. Aliviado por ter certeza de que Celine me amava e era verdadeira comigo. Triste porque eu que era um monstro por desconfiar de um anjo de esposa, tão pura, tão lindamente fiel.

Quando ela retornou, na segurança da companhia de Maxine, agradeci ao negro com um aperto de mão por todos os favores, pelas aulas e até pela amizade, coisa que depois achei exagero da minha parte. Despedimo-nos e Celine entrou em casa alegre como nunca.

Porém, jantei um pouco calado e ela notou que meu humor não estava dos melhores. Ela achou que era por causa de Maxine, das sessões de Francês com ele. Mas não era isso dessa vez. Eu estava chateado por outros motivos, sendo o maior deles tê-la acusado e espionado daquela forma. Ela insistiu que eu devia estar com ciúmes, ao que eu respondi:

- Não é isso, Celine. Só estou cansado.

- Amor, se você estiver incomodado, não vou mais!

Ela falou isso num tom de quem procura tranquilizar uma pessoa que sofre. Eu sorri para mostrar que ela estava enganada. E, para convencê-la de vez, disse:


- Se você fizer isso, aí sim! vou ficar zangado!

Ela teimava:

- Não vou mais lá... e pensando bem, iriam acabar falando mal de mim...

- Mas que bobagem! Desde quando somos esse tipo de casal? Desde quando nos preocupamos com a opinião injusta dos outros? O que importa somos nós, é eu confiar em você, e você em mim.

- Não sei...

Por insistência minha, as aulas continuaram. Tudo continuou como antes. Sosseguei por um tempo e nossas vidas prosseguiram normalmente. Mas essa tranquilidade durou pouco.

Uma tarde, quando passava sozinho pelo estúdio do tatuador, vi-o entrar ali com uma moça e fechar a porta. Notei que era uma jovem bonita e com aspecto de turista, muito loira e corada do sol, talvez estrangeira de algum país europeu, pois é comum a presença de turistas europeus no lugar. Tive um pensamento malicioso. Como devia ser prazerosa aquela profissão de tatuador! Ficar trancado naquele bangalô com as moças mais lindas da praia! Passar horas trabalhando sobre corpos de mulheres jovens e bonitas, vestidas de biquíni ou talvez até nuas! Tendo o prazer de manipular traseiros, seios e virilhas femininas o dia todo! Profissão perfeita para um safado! Ou para um safado sádico! Primeiro fazendo-as chorar de dor, para depois ter a satisfação de ainda receber um ‘obrigada’. E ainda ser pago por isso! Vê-las entrar puras e saírem marcadas, furadas, sangrando até. Um sádico safado que deixa sua marca no pescoço, na barriga, no traseiro e até na virilha, perto do sexo... e não só com moças! Mas também com mulheres casadas! Como Celine!

Novamente tive fortes suspeitas. Na primeira oportunidade, fui ‘inspecionar’ mais uma aula.

Subi o pequeno morro de areia onde quase afundava o bangalô do marfinense. Fui para o meu conhecido posto de observação. Encontrei o mesmo buraco da última vez. Os lampiões, como sempre, estavam acesos. Estranhei o silêncio que fazia.

Encostei o olho ao buraco. A luz do farol passou, entrou por aberturas nas madeiras no alto e, como um flash de foto, porém mais lento, por um instante deixou mais iluminado o interior da cabana. Vi Celine e o negro nitidamente. Arregalei o olho. Meu sangue pareceu fugir das veias nesse instante. Depois foi como se congelasse. A cena era irreal. Completamente nua, minha mulher ajoelhava-se sobre uma esteira de palha no chão, os seios grandes pendendo livres. Maxine também estava nu. De pé junto a ela, enfiava-lhe o pênis na boca! Ela sugava o membro do negro de olhos fechados, lentamente, carinhosamente. Eu não sentia mais meu coração bater.

A luz do farol havia passado e o ambiente ficou menos claro. Mas ainda assim eu podia ver minha esposa chupando aquele sujeito bem ali na minha frente. Tive o impulso de gritar para que parassem. Mas uma força maior me deixava mudo e paralisado. Uma curiosidade estranha de saber de tudo, de ver tudo, me fazia ficar quieto e atento a cada movimento do casal.

Outro fenômeno surpreendente foi eu achar, por um segundo, que Celine ficava ainda mais linda assim, praticando aquele ato nojento. Depois xinguei-a baixinho: “puta!”

A cena foi se desenrolando e, para meu espanto, descobri-me excitado! ‘Puta! Vagabunda!’ Prossegui xingando, querendo sentir mais revolta do que realmente conseguia.

Maxine arrancou o membro de sua boca. Colocou Celine deitada de costas. Em seguida, montou sobre ela. De pernas escancaradas, ela o puxou pelo pescoço, para beijá-lo, quase se dependurando nele, que parecia concentrado apenas em penetrá-la, apontando seu membro pro meio das pernas dela. Quando conseguiu, passou a se movimentar rápido.

A luz do farol vinha iluminar o ambiente e por um instante eu via com mais clareza os corpos nus, o traseiro do negro ondulando rápido entre as coxas alvas. Fustigava-a com força. Celine só gemia baixinho. Ele acelerava seus ataques.

Após um bom tempo, pareceu-me que ele se cansava. Ficou imóvel. Deitou-se por trás dela. Beijaram-se nessa posição enquanto as mãos dele deslizavam por todo o corpo suado dela.

Maxine remexeu-se e me pareceu que procurava penetrá-la de novo. Com a visão que eu tinha, podia ver todas as expressões no rosto da puta. Suas sobrancelhas ficaram tensas. Ela gemeu de forma mais profunda. Ele passou a se mover lentamente e a beijá-la no pescoço, os grossos lábios sugando a pele branca e deixando-a molhada de saliva. Eu não tinha certeza do que estava acontecendo, mas vi que as expressões no rosto de Celine eram mais intensas, como se estivesse sendo invadida por um prazer extremo. Só depois percebi que não era seu sexo que ele penetrava.

Por longos minutos, ele a possuiu daquela forma. Em intervalos, a luz do farol evidenciava a tatuagem na virilha dela. Eu procurava desviar o olhar dos golfinhos e pensar em outra coisa.

Maxine parou de se movimentar e emitiu uns grunhidos. Compreendi que chegava ao fim. Relaxou, deitando-se de costas. Celine virou-se e procurou beijá-lo. Ele não reagiu, exausto. Ela repousou a cabeça sobre seu peito e ficou inerte, de olhos cerrados, como se dormisse, mas ao mesmo tempo fazendo com os dedos um leve carinho no peito suado dele.

Afastei-me do bangalô. Precisava sair dali imediatamente. Não queria ser flagrado, e também necessitava de um momento para digerir tudo que acabara de assistir. Por que não reagira como deveria? Como marido traído, eu deveria ter gritado, feito um escândalo, quebrado algo ou matado alguém.

Entrei em casa e me deixei cair no sofá, inerte.

Pouco tempo depois, ela voltou da aula sorridente e satisfeita como de costume. Como a achei vagabunda! Mas também como a achei tão mais corada, tão mais sexy!

- Como foi hoje na aula? perguntei forçando um sorriso.

- O de sempre... Lemos e conversamos um pouco. Nada de mais!

- Está aprendendo muito?

- Bastante!

Respondeu-me sem a mínima perturbação, com um ar tão inocente como o de uma menina que volta da escola e conta ao pai como se comportou bem na classe. Um ódio repentino me veio ao coração. Porém, vendo-a sorrindo para mim, tão linda, logo senti outra coisa: um desejo louco de beijá-la!

Avancei. Ela não quis; disse que precisava tomar um banho e se desviou do meu abraço. Correu para o banheiro. Alcancei-a antes que fechasse a porta. Espantada, mas sorridente, achando que se tratava de alguma brincadeira, perguntou o que diabos era aquilo. Não respondi. Tentei arrancar-lhe a calcinha. Ela a segurou firme para mantê-la no lugar.

- Amor! Pára! ela gritou.


Lutamos um pouco e acabamos dentro do box do banheiro. Presa contra a parede, cedeu. Beijei-a finalmente. Depois, suspendi seu vestido e penetrei-a de pé mesmo, de um só golpe, sem lhe dar tempo de nada. Ela levantou uma perna e facilitou tudo.

Em pouco tempo gozei, mas logo lhe disse:

- Vamos pra cama; ainda não acabei.

- Mas o que aconteceu?! Está drogado?

Calado, levei-a pela mão até o quarto. Com mais calma, tirei toda sua roupa. Coloquei-a de joelhos e ordenei que me chupasse. Ela obedeceu sem contestar. A luz do farol passava nesse instante pela nossa janela aberta. Celine me sugava de olhos fechados, exatamente como fizera momentos antes com o negro. Fechei os olhos também e pude rever toda a cena no estúdio dele. As lembranças vinham em flashes rápidos, em tons de amarelo. Imagens desconexas se misturavam na minha mente, passavam como num filme alucinante: os lábios grossos de negro nos seios delicados dela; a expressão de dor e prazer nas sobrancelhas; os gemidos; o casal de golfinhos em forma de coração...

Não resisti e gozei em poucos segundos. Depois disso, não tive mais forças. Caímos um sobre o outro e dormimos abraçados, suados e sujos, exaustos, sem energia nem para tomar um banho.

Viajei no dia seguinte para a Capital. Despedi-me de Celine dando-lhe um beijo e recomendando-lhe os cuidados de sempre. Dois dias mais tarde, voltei ansioso para reencontrá-la e possuí-la. Fizemos amor intensamente como da última vez. Depois conversamos. Celine pareceu desconfiar do meu comportamento.

- Amor, você anda tão diferente! Que fogo todo é esse da noite pro dia?

Não lembro o que respondi, mas passei a fingir que não havia tanto fogo assim como ela dizia.

As aulas de Francês prosseguiram. Eu não quis mais observá-las. Apenas esperava Celine voltar para mim como sempre fazia. De vez em quando, eu ainda perguntava sobre as novidades dos estudos com Maxine.


- Nada de novo. Como sempre, o de sempre!

- Mas está satisfeita?

- Sim! Bastante!

Semanas depois, Celine perdeu o interesse nas aulas. Vendo que ela não mais aparecia no estúdio, seu professor vinha até nosso quiosque para lhe falar alguma coisa, mas ela se mostrava tão ocupada com os clientes, que ele se irritava e acabava indo embora. Eu apenas acompanhava os dois de longe. Fingia não ver que ele insistia, se desesperava com o afastamento dela. Depois ele não voltou mais. Passaram-se meses até percebermos que o estúdio andava desocupado. Maxine havia partido para sempre das nossas vidas. Dele nada ela guardou, exceto a tatuagem na virilha, os golfinhos em forma de coração.

Às vezes, nos nossos momentos de intimidade, eu passo o dedo sobre o desenho, bem pertinho do sexo dela, e finjo não lembrar qual é o meu golfinho e qual é o dela:

- Esse sou eu, certo?

- Não, amor! Essa aqui sou eu! E esse é que é você!


Fim


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