A Super
- Ó Mané, para de dormir aí no balcão, cara! Traz mais três!... E sem jacaré. Senão, a gente manda de volta, cara...
Tonhão, como sempre, comanda outra rodada de choppe.
Estávamos lá os três, Tonhão, Beto e eu, velhos amigos e companheiros de trabalho, tentando no boteco esquecer mais um dia cheio de sapos indigestos que a empresa nos fez, sem qualquer tempero, engolir.
Não era assim antes, era um bom lugar para se trabalhar. Mas depois que um novo grupo comprou a firma, outro pessoal chegou e assumiu. Pouco a pouco a velha turma foi sendo dispensada e substituída por gente do novo diretor.
Agora, sobramos nós três e, portanto, o tempo todo caminhando na corda bamba...
- Não mexem com a gente nos próximos doze meses. - Diz o Beto, que durante muito tempo foi gerente de RH e conhece bem a forma como eles pensam e agem.
- Você pode ir para Curitiba tranqí¼ilo. Esse novo projeto vai nos garantir uma sobrevida...
- É. "Eles" não têm ninguém com experiência para tocar isso, logo... - Completa Tonhão, indicando que por hora não há perigo.
- E aliás, Beto, sabe quem voltou da Europa e está agora justamente em Curitiba? A Super... - Acrescenta, piscando o olho esquerdo.
Lembro bem dessa história. Essa tal de "Super" é uma prostituta de luxo. Os dois a conheciam, e diziam que era uma coisa do outro mundo.
Tinha clientes na alta roda em São Paulo, e depois de uns 3 ou 4 anos mudou-se para a Europa. Diziam na época que isto tinha sido um arranjo, preparado pela alta diretoria de uma multinacional, em associação com a família de um senador.
Tudo para evitar que um escândalo, envolvendo famílias poderosas fosse conhecido da imprensa...
- Tonhão, abre o jogo, conta pra ele...
Tonhão coloca a mão direita sobre meu ombro:
- Malandro, como é o teu aniversário a semana que vem, nós pensamos em algo muito especial para você. Você não só merece, como bem que está precisando...
- Ah, é? O que vocês vão dar para mim? - Pergunto curioso...
- Pera lá... A coisa até tem a ver com "dar" - os dois riem...
- Mas não somos nós que fazemos isso.
- É! ... A gente só agendou pra você... - completa Beto.
Começo a tremer na bases. Conheço bem aqueles dois malucos, já imagino que criaram mais uma...
- Amigo velho: quando chegar depois de amanhã em Curitiba, você terá a tarde livre - o Beto já remarcou tuas reuniões para o dia seguinte... - e sabe o que te espera?
- É malandro: a Super! Todinha pra você...
Pode uma coisa dessas? Vejam só o que dá ter amigos desmiolados... Armaram para mim um encontro com uma prostituta de luxo. Quase despenco da cadeira quando afinal me revelam quanto custa um "evento" desses: a bagatela de R$ 1.200,00!
- Vocês ficaram totalmente malucos? Quem vai pagar por isso?
- A empresa, claro. Está incluso nas suas despesas de viagem. Não se preocupe. Entre remanejamentos com custos de estadia, alimentação, aluguel de carro... coube perfeitamente. - Explica Tonhão, falando com uma seriedade espantosa...
- E isso é uma ínfima parte do que devem para a gente. Todas as horas extras não pagas, todas as viagens em fim de semana... - vai alinhando Beto...
- Todas as nossas férias não cumpridas... Todas as sacanagens que nos têm feito... - ajunta Tonhão.
- E você nunca vai esquecer... nós garantimos. Lembre bem: ela não é uma prostituta, é uma esteta da sexualidade. Deixe que ela te leve, vai valer a pena...
Bem, para não alongar demais: estou agora no rápido vôo até Curitiba, totalmente perplexo...
Como fui deixar que convencessem a topar esta maluquice? E de mais a mais, nunca fui dado a este tipo de coisa. Acho que a última garota de programa que conheci, foi ainda no tempo do primeiro ano de faculdade.
Agora está tudo tramado. Ela está me esperando na cafeteria junto ao desembarque. Vai estar vestida como uma executiva, e devo perguntar por "Maria Lúcia".
Eu serei "Antenor". Não podiam ao menos achar outro nome?...
Já que me rendi, tento me convencer, não se trata de uma prostituta: é uma " esteta da sexualidade "...
Mas ao chegar ao desembarque as coisas se complicam: está lotado de gente, repórteres, curiosos, seguranças, manifestantes com faixas de protesto, parece que alguém muito importante chegou.
Levo quase meia hora rodeando o espaço, tentando localizá-la. Já pensava em desistir - essa bagunça seria uma desculpa razoável para cair fora dessa loucura... - quando junto a uma pilastra surge alguém que se encaixa na descrição.
É uma mulher de uns 32 anos, mais ou menos 1,70 m, bem proporcionada, cabelos cor de mel presos num coque, óculos escuros. Veste um tailleur marrom com uma blusa de seda bege. Parece realmente mesmo uma executiva.
- Boa tarde! Você é Maria Lúcia?
Ela tira os óculos, mostrando belos olhos castanho-esverdeados...
- Sim... finalmente! Você é o Antenor, certo?
ALí” HOUSTON, FIZEMOS CONTATO!
Sem maiores cerimônias nos encaminhamos até o balcão da locadora de carros. Apesar da balbúrdia no aeroporto, em 15 minutos já estamos saindo do estacionamento, ambos formais como dois executivos a caminho da reunião...
Ela me indica com segurança os caminhos a seguir. Aliás, para quem não é da cidade, fala como uma autêntica curitibana, com os característicos "ee" bem abertos. Deve ser uma boa atriz...
Até então a conversa é sobre amenidades e ela até elogia o nome que os dois loucos me deram.
- Não é seu nome real, não é? Claro que não... Mas uma ótima escolha, soa como um tio sexagenário, como uma pessoa séria e discreta. Ninguém pensaria...
Indo por uma estrada nos arredores da cidade, ela me indica um motel, que me parece até um pouco simplório para os 1.200 reais. Mas, certamente, tento me convencer, o que importa é a atriz, não o palco...
Entramos no motel e ao descer do carro ela me pede para esquecer minha bagagem. Apanha sua valise e me diz:
- Certamente não vai se importar que usemos meu material, não é?
Não se discute com profissionais de alto nível... Ao entrarmos no quarto tento abraçá-la, mas ela me afasta.
- Aguarde um momento, por favor. Sente-se na cama, não se dispa...
Tonhão e Beto tinham me orientado de que deveria deixá-la dirigir o espetáculo. Sento-me recostado ao espaldar da cama e aguardo o início da função...
Ela se coloca à minha frente e muito vagarosamente começa a se despir, de costas para mim, reforçando os movimentos de retirar cada peça com suaves e provocantes meneios de seu corpo.
Quando a jaqueta, a blusa e a saia caíram por terra, sou brindado pela visão de uma mulher muito bonita, envolta numa ousadíssima lingerie vermelha, com cinta-ligas, meias 7/8 rendadas, uma minúscula calcinha transparente.
Tudo de acordo...
- Esquece a Maria Lúcia! Ela ficou no aeroporto... Quem está com você, quem vai te servir de todas as maneiras é uma puta... é assim que você vai me chamar.
Dizendo isso, ela solta os cabelos e se volta de frente para mim. Noto que morde os lábios ao me encarar, a pele em seus braços está arrepiada.
- Eu sei: você é a Super puta... - Eu respondo...
Ao me ouvir ela sorri, enquanto percebo um leve tremor em seu corpo. Parece que além de profissional, ela gosta do que faz. Isto me deixa mais à vontade. Uma coisa que temia era que fosse mais uma daquelas garotas programa que executam tudo mecanicamente, sem sequer tentar disfarçar a falsidade, sempre de olho no relógio e - claro... - no bolso do cliente.
- Fique de pé, por favor.
Levanto-me e ela se coloca de joelhos em frente a mim.
- Senhor, deixa tua puta reverenciar o caralho que tens escondido, crescendo dentro da tua roupa. Deixa esta sem-vergonha tomá-lo nas mãos. Deixa esta vagabunda beijá-lo...
Certamente um texto decorado. Mas me surpreende a forma como ela o interpreta: é convincente. E me faz ficar muito excitado...
Ela abre o zíper da minha calça, coloca delicadamente sua mão direita e apalpa meu pau. Começa a fazê-lo sair, não sem certa dificuldade, duro como está. Devia passar a usar cuecas largas do tipo samba-canção...
Quando ele está livre, ereto à sua frente, ela o acaricia, beija...
- Mas para merecer este caralho, Senhor, primeiro me puna por tudo que faço, por ser esta mulher de todos os homens. Por ser esta puta... Como me disse, eu sou uma Super puta. Aguarde um instante.
Levanta-se e abre a valise. De lá tira uma luva acolchoada e a coloca na minha mão direita. Depois pega umas algemas que têm uma corrente longa. Trava seu pulso esquerdo, joga a outra argola por sobre a haste do suporte da TV, na parede em frente à cama e trava o pulso direito.
De costas para mim, fica ali com as pernas abertas, seminua na lingerie transparente. Quando me aproximo e começo a abrir o primeiro colchete ela me diz:
- Senhor, não! Não me poupe de nada. Rasgue! Arranque minhas roupas de puta! Trate-me como devo ser tratada. Venha!
Lá estou eu: todo vestido, de pau para fora, excitadíssimo. Não vai ser, pelo jeito, nada que se pareça com qualquer experiência minha...
Arranco sua lingerie. Ela me incita para que rasgue sem economia, me insufla para que a chame de puta, vagabunda, para que a faça se rebaixar...
Nem percebo quanto tempo leva e estou totalmente envolvido pelo clima, aplicando-lhe palmadas vigorosas na sua bunda, que com o material da luva fazem um ruído amplificado que se compõe com seus gemidos.
E ela continua comandando minha libido...
- Bate, Senhor meu macho! Bate! Me faz ser tua fêmea, me bate mais que eu vou prometer ser a escrava do teu caralho...
Lógico que não estou em condições de emitir julgamentos racionais agora, mas devo dizer que a forma como ela me envolve, cria um clima denso, me surpreende, me excita muito, e de certa forma, me encanta...
Aqueço seu corpo com o vigor da minha palmatória. Delicioso ouvir seus gemidos pedindo mais, enquanto aquela apetitosa bunda freme quente após cada palmada.
Ela agora me faz saber que o ritual da punição está cumprido, pede que a solte das algemas e se ajoelha de novo, beija meu pau e vai depois tirando toda a minha roupa.
Abre novamente a valise retira umas 4 cordas de fios entrelaçados macios, já com os laços feitos.
- Senhor meu macho, me amarre na cama de pernas bem abertas para você...
Conforme os dois em São Paulo me instruíram, vou seguindo sem contestações tudo que me é pedido. Estendida dessa forma, braços e pernas atados a cada um dos cantos do leito, paro um pouco para admirá-la. Ela demonstra muita satisfação com isso.
- Veja, Senhor meu macho...olha bem cada detalhe da puta que vai te servir!
Seu corpo treme, sua pele está arrepiada, seus seios estão com os bicos rijos, suas coxas se avermelham, em sua buceta, brilha, refletindo a luz, a seiva de toda a essência de sua sensualidade feminina...
Entrego-me com a paixão dos amantes àquele corpo todo à minha disposição.
Beijo cada centímetro, umedeço com minha saliva sua pele salgada, sugo seus seios, que arfam dentro da minha boca...
Fico ao contrário, deixo meu cacete ao alcance da sua boca, e ela rapidamente inicia seu movimento de sucção, engole-o inteiro, solta-o, segura com os lábios a cabeça e suga-o para dentro de novo.
Sua buceta está escorrendo de tesão, quente, apimentada... E toda minha!...
Chupo aquela delícia em cada detalhe, com minha língua indo e vindo, percorrendo os lábios, seu clitóris, entrando...
- Meu macho: é agora! Toma para ti tua puta. Enterra teu caralho em mim!
Ordens não se discutem...
Preparo a penetração. Vendo-a imobilizada, o prazer de fazê-lo bem lentamente é ainda maior. Mas ela ainda tem mais truques para exibir...
Assim que a cabeça do pau inicia o caminho pela sua fornalha, a sua musculatura vaginal interna começa a trabalhar, contraindo-se e dilatando-se, apertando e sugando-o para dentro, como antes seus lábios fizeram.
Mais uma vez, meus amigos estavam certos: a Super é especial. E domina as artes milenares, mas - infelizmente... - pouco conhecidas do pompoarismo!
Mesmo imobilizada, ela protagoniza o ato, nada mais tenho que fazer senão entregar meu membro rijo ao seu corpo, e me deliciar com todos os movimentos rumo ao prazer que sua musculatura vaginal faz, que se compõem com os meneios de cintura e erguimentos de quadril, que as cordas não ousam impedir.
Parado, sinto ali o indescritível prazer de ser servido numa relação sexual como jamais antes tive.
Ainda melhor: não há em sua atitude, a frieza técnica da profissional. Ela se entrega com ardor a cada movimento, geme profundamente, sendo real - impossível que fosse mero teatro... - o seu prazer em fazer tudo.
A excitação a que isso me leva, e a intensidade do gozo, quando o orgasmo surge, como o ápice de uma torrente de sensações, sinto muito, não há como descrever. A imaginação de quem não tenha medo de ir fundo em sua sexualidade entenderá...
Celebramos o orgasmo com um longo beijo. Ela pede-me que a desate e ficamos por uns 10 minutos ali abraçados. E nesses momentos, ela de novo me surpreende: sabe ter a generosidade carinhosa de uma mulher capaz de se enamorar.
Após estes minutos de carinhos suaves, ela se levanta, me fazendo ver que um novo ato vai se iniciar. Pede-me que me levante também e a siga.
Ora: como se precisasse pedir...
Então, como uma guerrilheira nua, ela se atraca comigo, me faz ficar de costas para a parede.
Faz-me render, com um beijo longo, roçando seu corpo no meu. Mas enquanto me anestesia desta forma, não percebo que algemou meus pulsos, deixando-me preso à parede como ela ficara antes.
Eu protesto. Ficar imobilizado eu não admito.
- Sua puta! Me solta já... Para com isso!
Ela se decepciona claramente com minha reação, senta-se na cama e até faz beicinho quando me fala...
- Como não? Faz parte do trato...
Não sei de que raio de trato ela fala. Certamente outra daqueles dois. Mas vendo-a ali, toda deliciosa, e lembrando-me das instruções dos meus seriíssimos companheiros, acabo por novamente render-me...
- Ok! Tudo bem. Venha!
Ela se levanta. E em seu rosto, como antes, não consigo ver a profissional. Agora então, sua face se ilumina, parecendo-se mais com sorriso de menina que ganhou presente...
- Obrigada!...
Mordendo os lábios ela examina meu corpo, então, vem e me beija me abraça e me sussurra com a voz quente ao ouvido:
- Agora você vai ser meu puto, não vai?
Sigo com o roteiro...
- Sim, senhora, sou teu puto pronto para servi-la...
- E vai fazer o desejo secreto desta senhora séria que esconde segredos?
- Sim, madame. Da forma que quiser...
Ela me beija de novo, calorosamente... Se aproxima para outro sussurro, como se fosse fazer explicitamente seu pedido, mas me diz apenas:
- Vou querer até a última gota!
Beija meu peito, escorrega pelo meu corpo até chegar ao meu pau, que obviamente já a aguardava muito duro...
Chupa-o com a mesma maestria de antes, mas logo para e olha para cima com um sorriso de provocação. Não é desta forma que quer a última gota...
Levanta-se e de costas, apoia-se em mim, rebolando sua bunda maravilhosa na minha virilha.
- Quem vê esta executiva trabalhando não imagina o quanto ela quer ser enrabada... o quanto ela deseja sentir um caralho bem grosso fodendo seu cuzinho...Mas tem de ser do meu jeito ...
Devo confessar que sempre tive uma fantasia ser um garoto de programa - agora, só se fosse um quarentão de programa... Mas se surgiu uma "cliente" muito gostosa, por que não?
- Tudo bem... como quer que eu te foda, senhora...?
- Esta foda é toda minha, puto. Apenas me dê seu pau...
E sem mais palavras tudo começa. De costas para mim, ela apanha meu pau e primeiro o umedece na buceta.
Depois leva-o à entrada do seu delicioso rabinho. Segurando-o pela base, aperta-o contra sua entrada, em suaves movimentos circulares, enquanto arqueia o corpo, trazendo a bunda para trás.
Dessa forma, após uma resistência inicial, ela se abre, a cabeça entra bem devagar, meu pau toma todo seu cuzinho...
Começo a movimentar minha cintura, dando estocadas, bombeando meu pau para dentro dela, mas sou advertido:
- Não, puto! Já te disse: esta foda é minha, toda minha... deixe o teu caralho aí que o resto é comigo...
O que ela faz então é surpreendente.
Rebola, dança, ergue e abaixa cada uma das coxas ritmadamente, fazendo meu pau girar dentro dela.
Afasta-se, fazendo meu membro quase sair. Mas quando está quase a ponto de escapar, contrai-se, segurando a cabeça, e traz o corpo de volta, apoiando-se no meu, reiniciando.
Nunca vi nada igual. A coisa se prolonga. Ela parece até pressentir quando estou para gozar. Para, retoma, e dessa forma a relação se prolonga.
Geme profundamente, grita, pede mais, diz que já gozou uma, duas vezes...
Quando finalmente atinjo o orgasmo, é uma sensação especial. É como seu meu pau tivesse se inchado dentro dela, ficasse ainda mais rígido, e a inundasse não com um, mas uma sucessão de jorros.
Ela se recosta contra mim. Sua respiração está arfante, indicando a taquicardia que a toma.
- Foi bom demais, meu puto, tudo que eu queria, valeu a pena! Aliás, pena que a hora chegou e tenhamos de ir embora...
Para mim, dizer que "valeu a pena" seria um comentário pouco exato, minimizando. Foi extraordinário!
Ela me beija de uma forma afetuosa e me solta. Apanha uma toalha e vai correndo ao chuveiro. Eu a sigo e tomamos a ducha juntos, curtindo a delícia de ensaboarmos nossos corpos e trocarmos beijos definitivamente molhados...
Surpreendo-me outra vez, ficando até algo confuso, ao perceber que ela me desperta carinho, e mais ainda, o corresponde.
Tenho que puxar da memória que tudo, por melhor que tenha sido, foi só um programa.
Definitivamente, a Super sabe envolver seu cliente, sabe criar e transformar a fantasia em realidade. Tudo que me haviam dito era verdade!
Voltamos e nos vestimos. O tempo passou, já são já mais de 19:00 horas. Devemos ter ficado por lá umas quatro horas. Talvez a conta devesse ser expressa em minutos, em segundos... Diria mais de como foram intensos.
Sento-me à mesa, retiro a caneta e o talão de cheques do paletó e começo a preencher os - tenho que admitir: bem pagos... - R$ 1.200,00. Ouço-a sentada na cama, com o característico ruído de mulher mexendo na parafernália interna da bolsa.
- Antenor, se você não se importa, serão dois cheques...
Diabos! Já tinha preenchido meu cheque.
- Maria Lúcia... Por quê dois cheques?
- Se quiser será um, mas teria que ser pré-datado para dois ou três dias. Desta forma, há saldo nas duas contas para depósito imediato. Qual é o problema...?
Quando me viro, vejo-a com dois talões de cheque na mão.
- Mas o que você está fazendo?!!!
- Ora... fazendo teus cheq... - Ela vê o cheque pronto em minha mão e se cala aturdida...
- Que é isso, Antenor?!
- Eu é que pergunto...
Ela empalidece, cai sentada na cama...
- Olha aqui: nós marcamos no Aeroporto, você é o Antenor da Agência Masters, de São Paulo...
Agora sou eu que não entendo nada:
- Não! Eu é que tinha agendado com você, a Super, a quem devia - foi o combinado...- chamar de Maria Lúcia!
Ela quase desfalece ao me ouvir, suas mãos tremem, sua frio...
- Você não é o Antenor? Como me enganou, seu...seu...
- Espere aí! Eu sou o Antenor! Pelo menos foi o nome que foi combinado, para que você identificasse seu cliente...
Ela baixa a cabeça. Antes pálido, agora seu rosto está vermelho, muito corado, que ela esconde nas mãos crispadas.
Vendo-a assim tão abalada, sento-me ao seu lado, e coloco meu braço envolvendo-a.
- Será possível que aconteceu o que estamos pensando?
- Não é possível...não é possível! Não acredito que o tempo todo você achou que eu fosse uma puta...
- E você achou que EU fosse um profissional!?
- Sim...
- Mas como?!!! Eu sou um quarentão! Para garoto de programa, devia estar aposentado no mínimo há uns 15 anos...
Ela volta a sorrir:
- O que? Está pensando que sou aquele tipo de madame que corre atrás de garotos? Eu quero um homem...
Tentando entender o que houve, contamos então um ao outro nossas histórias. Descobrimos que dessa vez o que houve não foi nenhuma loucura urdida pelos meus amigos desmiolados. Foi coisa de bruxas alcoviteiras...
Ela me conta que é uma executiva de uma multinacional sediada em Curitiba. A carreira vai bem, tem altos ganhos, mas falta tempero na sua vida pessoal...
Seu casamento segue, os dois se dão bem, mas não no aspecto da sensualidade. Por vários anos ela guardou em segredo dentro de si um vulcão aguardando o momento de agir.
Acabou por acaso descobrindo a tal agência Masters. Explicou que não eram garotos, era algo fechado, muito sigiloso, e os poucos "rapazes" são homens maduros, muito experientes... E sendo alguém de fora da sua Curitiba, era perfeito para a segurança.
Passado o susto, rimos muito com esta peça que o acaso nos pregou...
- Você me enganou direitinho...Se pegasse o cheque e partisse, talvez eu jamais desconfiasse da realidade. Quer saber: você está perdendo dinheiro naquela sua firma...- Me diz entre risadas.
- Com todo respeito: se quisesse mudar de carreira, teria muuuito sucesso... - Digo a ela, que adoravelmente encabulada, novamente ri muito.
- Rasgue seus cheques mocinha...
- Rasgue o seu também, moço...
Ela se aproxima, me abraça. Novamente morde os lábios, naquele jeitinho tão seu...
- Sabe: já que sobrou verba, que tal pedirmos alguma coisa boa para comemorarmos este nosso encontro maluco...Que tal uma champagne?
- Não esqueça que também tenho verba... O que vai ser: Veuve Cliqcot, Taittinger, Louis Roeder...?
- Uau! Você escolhe... Mas me diz uma coisa: se você não é aquele "Antenor", será que tem outro compromisso agora à noite?
- Minha noite, se quiser, é toda sua...
Ela responde com outro beijo...
Fico imaginando: se na confusão daquele aeroporto lotado, os verdadeiros "Antenor" e "Super" também se encontraram, no mesmo equívoco. Seria um engano tão delicioso como o nosso?
Duvido...
O palco para uma noite inesquecível estava montado, tínhamos tudo e as champagnes, com todas as suas possibilidades, logo vieram...
Querem saber como foi?
Bem, saibam que agora, sem máscaras, sabendo quem realmente somos, foi um segundo tempo ainda melhor que o primeiro.
Detalhes?
Ora, amigos, este relato já está muito longo...
Usem sua imaginação!
Aliás, recomendo que o façam sempre...
É bom para vocês!
LOBO
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