A FILHA
- Publicado em: 20/01/19
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- Autoria: brunads
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Meu mundo desabou quando minha filha, aos 14 anos, contou que era lésbica, que já tinha se relacionado com meninas muitas vezes, e que estava completamente apaixonada pela sua namorada, uma mulher de 35 anos. Onde eu estava que não a tinha visto crescer, se tornar mulher, e definir sua sexualidade?
Óbvio que o meu primeiro sentimento foi de culpa: eu engravidara dela aos 16, não quis casar com o pai dela, que à época não passava de um menino, dedicara o que restou da minha juventude aos estudos e ao trabalho e, evidente, fizera muita festa, tivera muitos namorados, e nada me segurava quando estava com vontade de dar pra alguém.
Mesmo assim, achei que a tinha preservado dos altos e baixos da minha vida, e sonhava que o futuro de contos de fadas para Alicia, com príncipe encantado e tudo. Por mais liberada que eu me achasse, senti a força do preconceito dominando as minhas emoções. A última coisa que eu queria era uma sapatona em casa.
Refeita do susto, lembro que tentei ainda racionalizar, achando que fosse coisa de menina, modismo, imposição da mídia, a sensualidade excessiva a que estamos expostos, o caralho a quatro, sei lá! Quando perguntei a Alicia o que havia acontecido, como havia acontecido, com quem havia acontecido, percebi que as coisas eram bem sérias, e possivelmente definitivas:
- Lembra da Suzete, aquela que trabalhou aqui? - perguntou Alicia, referindo-se a uma empregada negra que eu havia contratado dois anos antes e trabalhara na nossa casa por quase um. Veio à minha mente a imagem de uma Grace Jones, corpo escultural, cabelo raspado, traços rígidos, pouquíssimas palavras, olhar sério e extrema eficiência.
- Pois eu fui dela todos os dias que ela trabalhou aqui. E contou que no primeiro dia, assim que eu saí de casa para trabalhar, Suzete já avançou sobre Alicia dizendo: - eu sei que tu gostas de mulher, sua putinha; eu vi como tu me olhou como quem quer ser comida. Os protestos de Alicia, que contou ter dito que só tinha 12 anos, que iria contar para sua mãe, não produziram qualquer efeito. Suzete foi incisiva: - Grande merda que tu tem só 12 anos, bem antes disso eu já tinha sido estuprada por um primo; com 12 eu já tava casada com a patroa da minha mãe. Tu tens tamanho suficiente pra ser minha mulher, e tô vendo que tu és bem vadia pra querer dar pra mim.
Suzete ainda mandou Alicia se arrumar, se maquiar, pôr uma roupa sensual, que seria inaugurada em alto estilo. Alicia me contou, como que me desafiando, que sua buceta ficava molhada cada vez que Suzete xingava ela, e que depois de pronta, quando veio encontrar Suzete na sala, ficara completamente apaixonada já ao primeiro beijo.
Eu imaginei a minha filha, uma loirinha que ainda brincava de Barbie, sendo segura e bolinada pelas mãos severas daquela negra masculinizada, cuja língua, úmida e musculosa, penetrava sem pudor na boca da minha criança, apalpando seus dentes, misturando as salivas. Senti que eu era a pior mãe do mundo, que deixara meu bebê à mercê de uma pedófila desavergonhada, que se aproveitara da inocência de Alicia, da minha confiança e, é claro, da minha negligência.
Alicia continuou contando o que lhe acontecera a partir daquele primeiro dia. Contou que no início fora como que escravizada, e como uma Cinderela moderna era obrigada a fazer todas as tarefas domésticas, enquanto a empregada, sentada como uma rainha na poltrona da sala dava ordens e gritava ofensas. Custara um pouco a aprender a cuidar da casa, mas logo fazia suas atividades com rapidez e eficiência, pois a recompensa eram os beijos gulosos de Suzete, que em seguida lhe atirava ao chão e a possuía onde quer que estivesse.
- Ela te batia? - perguntei temerosa.
- Só duas vezes. A primeira, quando eu tentei tocar os seios e beijar o grelo dela. A gente tinha transado, eu tava exausta, satisfeita, e só queria retribuir o prazer que ela me dava. Ela me deu um tapa forte no rosto, disse para nunca mais tentar tocá-la. Depois eu beijei a mão que me bateu e ela disse que eu poderia beijar os pés dela sempre que eu quisesse, sem precisar que ela mandasse ...
- E a segunda vez? - eu indaguei, apavorada e curiosa.
- A segunda vez foi quando ela descobriu que eu tava tendo uma história com uma colega de aula. Ela ouviu nossa conversa no telefone, disse que eu era tão puta quanto a minha mãe, me bateu com força, no rosto, no corpo, nos seios. Tu tava viajando, e ela aproveitou pra me bater forte, perguntando se eu sentia tesão enquanto apanhava. Como eu respondia que sim, ela continuava batendo, até que cansou, foi pro quarto dela. Bom, o resto tu já sabe...
- Sim - eu lembrei - quando eu voltei de viagem ela já tinha ido. Nunca entendi porque ela foi embora daquele jeito...
- Ela arrumou as coisas dela, veio no meu quarto dizer que tava indo embora, que tinha feito tudo por mim, mas que não suportava traição. Pediu desculpas por ter me batido, e eu respondi: me fode gostoso que eu te perdôo, achando que ela fosse ficar. Nós transamos a melhor foda da minha vida, ela me chupou por quase uma hora, sem parar. Ela deitou do meu lado, exausta, e eu aproveitei pra partir pra cima dela, e abusei daquele corpo, torcendo pra que ela me batesse de novo, mas ela me deixou tocá-la em todos os lugares que eu quis, e aquela negra foi minha pela primeira vez ...
- Chega! - Interrompi. - Puta que pariu, Já sei, me poupa desses detalhes! Porque tu ficas me massacrando com isso, só pra me provar que eu fui uma mãe relapsa, que não sabia nada da vida da minha filha...
- Isso nós duas sempre soubemos, mas não te culpo por isso. Só queria deixar claro que não há nada que tu possas fazer pra mudar a minha opção. Eu adorei cada minuto que passei com a Suzete, e adoro as outras mulheres que eu tive. Eu seria lésbica de qualquer maneira, mas descobri isso da melhor forma possível...
- Mas... - balbuciei.
- Tu é minha mãe, eu te adoro, tu fez o melhor que tu pode, não me deve nada. Só não tenta mudar isso em mim, porque a gente vai brigar. Eu contei esses detalhes porque quero que tu me entendas e me aceite.
Foi o que fiz. Nos três anos que se seguiram à revelação, eu procurei entender a homossexualidade da minha filha, aprovei suas amizades, conheci suas amigas, recebi suas namoradas, que dormiam lá em casa sem cerimônia. Foi bom para nós duas, porque eu também pude abrir para ela meus casos com os mais diversos namorados, amantes e ficantes que eu tive nessa época. Já não sentia culpa por ser tão promíscua. No entanto, mesmo convivendo com as mulheres em volta da minha filha, mesmo tendo recebido algumas cantadas sutis, outras nem tanto, jamais me senti atraída por qualquer mulher. Eu gostava mesmo era de rola, de preferência bem grossa, bem dura, e com um homem bem cafajeste do outro lado, fosse ele jovem, fosse ele velho, fosse ele solteiro, mas preferia os casados.
Por mais puta que eu fosse, eu sempre fui competente demais no meu trabalho. Sou advogada, especializada em questões empresariais, e a mesma energia que eu exijo de quem me come eu aplico nos casos em que eu atuo. Detesto perder, e são raras as vezes que eu perco. Meus clientes sabem disso, e meus adversários também. Tanto que aos 34 anos de idade recebi uma proposta irrecusável, do maior escritório de advocacia do Brasil. Muita grana, muito prestígio, os melhores e maiores clientes, tudo maravilhoso (e merecido). Apenas um senão: tinha que me mudar de Porto Alegre para São Paulo.
- Puta que pariu! Que merda! - foi a bem ponderada reação de Alicia quando soube da proposta. - Porra, tu tens a tua vida, tua carreira, não vai te prender por mim.
- Eu já fiz merda demais contigo. Não vou te deixar sozinha em Porto Alegre. Só vou se tu puder ir junto, se tu não puder, ou não quiser, levo a minha vida aqui, que já é muito boa, e não se fala mais nisso.
Acabou que Alicia e eu nos mudamos para São Paulo. Ela tinha 17 anos, acabado o ensino médio, iria fazer vestibular pra Direito, estava mesmo sem namorada, e pensava que era uma boa idéia trocar de ares, até porque o meio que ela freqí¼entava era sempre o mesmo.
Somos mulheres práticas, compramos tudo novo, e em menos de uma semana estávamos instaladas, aliás, muito bem instaladas em um apto de três quartos na rua Haddock Lobo, a minutos de caminhada da avenida Paulista e pouca coisa mais distante da Oscar Freire. Era sábado à tarde, estávamos sentadas na sacada do novo apartamento, tomando uma cerveja gelada como prêmio ao trabalho que tivemos na mudança quando Alicia falou:
- Mãe, que queria te pedir um favor.
- Tudo o que tu quiseres, fala.
- To com uma puta tesão, faz quase duas semanas que a minha boneca não trabalha. Aqui perto tem um lugar chamado La Loca, que é uma boate GLS, tô a fim de ir lá ver se conheço alguém, mas não queria ir sozinha ...
- Pô, filha. A mãe te respeita, mas essa não é a minha praia ...
- Deixa prá lá, não vou te botar nessa roubada ...
- Tu tens razão. Vamos sim. Sou grande, sei me defender de qualquer sapata que queira me assediar.
Antes fomos ao cabeleireiro, bem perto de casa. Alicia era lésbica convicta, mas completamente feminina. Somos da mesma altura, 1, 70, ela mais magra, seios mais firmes que os meus, que são maiores. Ela tem 57 kg, eu 62. Ambas usamos cabelos compridos, os dela loiros, os meus pintados de castanho claro. Somos duas mulheres extremamente bonitas, sem modéstia.
Lindas, produzidas e provocantes, me sentia uma adolescente indo a uma festa com uma amiga. Nunca tinha requentado lugares GLS, e a curiosidade me apertava. Chegamos por volta da meia noite, e a La Loca estava bem cheia. A música em cada pista de dança bombava, e era possível ver os diversos públicos reunidos em grupos. Alicia me explicava cada um deles, os gays afeminados, os gays bombados, os bi-sexuais, aqueles que curtiam roupa de couro, as lésbicas femininas, as masculinas etc.
Compramos uma cerveja cada uma, e percebi que a nossa entrada tinha causado furor entre a mulherada. Alicia olhava pela pista ao longe, como se divisasse alguém na escuridão. Em seguida disse:
- Vou dar um role por ai, te cuida.
Eu fiquei admirando aquela paisagem humana, comprei outra cerveja, e outra. Dei uma volta, vi Alicia conversando animadamente com uma menina lindíssima, pouca coisa mais velha que ela, e resolvi sair de perto para não atrapalhar. Fiquei escorada numa coluna, dançando sozinha, quando uma menina veio falar comigo. Ela tinha um rosto lindo, um pouco mais baixa que eu, corpo roliço, e não fossem as mechas coloridas no cabelo curto, um ou outro piercing e as unhas pintadas de preto, era totalmente masculinizada.
Sem qualquer cerimônia, como um torcedor do Corinthians, ela falou com seu sotaque da periferia paulistana, que eu recém estava aprendendo a entender e admirar:
- To vendo que a coroa não é daqui nem é dessa turma... Que que tu tá procurando?
- Me leva lá pra sala escura. - Eu disse, pensando que no inferno a gente abraça o diabo. Afinal de contas eu também tava com tesão, fazia semanas que ninguém me comia, e tinha gostado do jeito daquele bofinho.
- Gostei, tu é direta. Enquanto falava a menina apertava a minha bunda e, percebendo que eu deixava, colocava a mão por baixo da saia.
A sala escura é completamente escura, com o som a todo volume, e rola de tudo entre as pessoas. Achamos um lugar. Fiquei surpresa comigo mesma ao tomar a iniciativa de beijar a minha nova namorada, e o beijo foi muito bom, pena que a porra do piercing da língua dela atrapalhava. Quando eu reclamei, ela respondeu:
- Tu vai ver o que esse piercing vai fazer na tua buceta, coroa gostosa.
Adorei aquela resposta, mas adorei ainda mais aquelas mãos que circulavam por todo o meu corpo, aquela boca que beijava meus seios, aqueles dedos que iam dentro da minha xana. A sapata sabia o que estava fazendo, e fazia muito bem. De vez em quando ela colocava os dedos na minha boca e dizia: - sente o gosto da tua buceta, sua puta. Eu adorava, estava adorando.
Não sei quanto tempo se passou, quase uma hora, talvez, fui muito arretada e amassada, mas não gozei, e meu tesão tava a milhão. Voltamos para o salão principal, compramos mais cerveja, e ficamos dançando. Tinha esquecido de Alicia quando ela apareceu, indignada, e aos brados me repreendeu na frente de todos: - Quem é essa daí? Tu é um puta mesmo, que não consegue acalmar o fogo que tu tem no rabo. Vai te fuder. Não dá pra deixar tu sozinha que em cinco minutos tu já encontra alguém pra te comer, vadia.
Eu sempre fui acostumada a situações de alta tensão, e sei agir com calma em situações limite. Disse: - dá o teu cartão de consumação e vamos pra casa. Despedi-me da minha namoradinha, cujo nome nem sequer perguntei, e fui em direção aos caixas.
- Pra que essa merda, porra? Achei que tu ias ficar contente em saber que tua mãe curte mulher também ...
- Foi ciúmes - confessou - é tão difícil de perceber? Eu que queria estar no lugar dela, eu que queria ser tua primeira mulher. E continuou desabafando:
- Há anos que eu te desejo, que eu me masturbo pensando em ti, que eu transo pensando em ti, que eu só gozo quando tu entra na minha fantasia. Que tu quer que eu faça pra tu me notar? Quer que eu fique como aquela machorrinha que tava contigo? Se tu gosta de masculina, então me diz que ...
- Pára com isso! Tu é linda, tem um corpo maravilhoso, mas é minha filha ...
- Filha o caralho, me beija, porra.
- Foda-se - pensei. E agarrei aquela mulher maravilhosa, que por coincidência era milha filha, e beijei, ali, no caixa, na frente de todos, como nunca tinha beijado ninguém. Naquele instante passei a sentir o que nunca havia sentido por outra pessoa, aquela mistura mágica de amor, paixão e libido.
- Ela chegou a te beijar? Ela te comeu? - perguntava Alícia, aflita.
- Não, tu é a minha primeira! - menti.
Fomos para casa no maior amasso, enlouquecendo o pobre do motorista que não tirava os olhos do retrovisor, apreciando aquela cena de duas mulheres se amando. Entramos no prédio aos beijos, assumindo a minha nova sexualidade para o Porteiro e, em conseqí¼ência, para todo o prédio.
Fomos direto para o meu quarto, agora nosso quarto, e pela primeira vez na minha vida eu fiz amor, não apenas transei
*Publicado por brunads no site promgastech.ru em 20/01/19. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.
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