DE VOLTA À PIZZARIA - Capí­tulo 39

  • Publicado em: 25/04/18
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  • Autoria: carlão1978
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DE VOLTA À PIZZARIA


CAPÍTULO 39


ATENí‡ÃO


ESSE É O TRIGÉSIMO NONO CAPÍTULO DA FASE 2 DA SÉRIE "A PIZZARIA" . ANTES DE PROSSEGUIR COM A LEITURA, LEIA, NESTE MESMO SITE, A FASE 1 DA SÉRIE ORIGINAL (A PIZZARIA), DO MESMO AUTOR. OBRIGADO.



DE VOLTA À PIZZARIA


CAPÍTULO 39


Quando adentrei à casa da Kátia, Ticiane vestia camiseta e shortinho vermelho bem curto. Trazia consigo a sobrinha no colo, enquanto conversava com a Luana no sofá.


Ao ver-me entrar, e ciente de tudo o que acontecera, Ticiane veio beijar-me o rosto dizendo-me:


-Sinto muito, Edu.


-Foi bom você ter vindo. Vou aguardar a minha irmã chegar do trabalho, pois eu quero voltar de carona pra sua casa, com você.


-Vamos ver se damos um jeito nisso!

Em seguida, disse-me baixinho:


-Eu "sarei", viu!

Dei-lhe apenas um disfarçado sorriso, entendendo que ela quisera me dizer que estaria com a vulva cicatrizada.

Depois, referindo-se à esposa do Bruno, ainda perguntou-me:


-Você quer conversar a sós com essa mulher né, Edu?

Eu acenei-lhe com a cabeça afirmativamente, e então ela finalizou:


-Depois, em casa, a gente se fala mais à vontade...

Em seguida, ela pegou a menina e nos deixou a sós.

Após ela sair, toda cerimoniosa, Luana comentou comigo:


-Que sina triste essa nossa hein, Sr. Edu!


-Você não precisa de me chamar de Sr. Edu, Luana.


-Pode me chamar apenas Edu.


-Ok.

Depois, ela foi direta comigo:


-Não quero mais tomar o seu tempo, Edu. Até porque estou em boa companhia nessa casa.


-Suas sobrinhas e a Vera são pessoas maravilhosas.


-Mas, Edu. Posso te perguntar uma coisa?


-Apenas curiosidade minha. Justificou-se.


-Claro, Luana. O que seria?


-Você nunca desconfiou da sua mulher?

Então, para evitar adentrar em assunto particular sobre a minha vida conjugal com a Denise, devolvi-lhe a pergunta:


-E você nunca desconfiou do seu marido, Luana?

Ela respondeu-me:


-Como eu já havia dito à sua cunhada, Edu, de uns tempos para cá tomei conhecimento dessas safadezas dele.


-Antes eu jamais poderia desconfiar do meu marido, até porque ele é hiper ciumento, entende.


-Mas, agora ele me paga, pois ainda não sabe que vou me separar de uma vez por todas, além de outras coisas.


-Já chega!


-Ele tá pensando que vou ficar em casa feito uma boba, como antes.

E, deu um sorriso enigmático dizendo-me:


-Logo, eu!

Depois, cobrou-me:


-Mas você ainda não me respondeu se já desconfiava da sua esposa, Edu.


-Olha, Luana. Depende qual seria a sua colocação pra essa pergunta.


-Colocação como assim, Edu?

Então, resolvi contar-lhe tudo, para que ela ficasse a par sobre onde o seu marido estaria se metendo:


-Você me questiona se eu desconfiava que a Denise saí­a com outro homem? Seria isso?


-Sim. Você nunca desconfiou?


-Olha, Luana. Isso é complicado responder porque não éramos, digamos assim, um "casal normal".


-Desculpe-me, mas não estou entendendo nada, Edu.


-Você poderia ser mais claro?


-Mas se você não quiser falar, sem problema. É só curiosidade minha, até porque o erro já está feito, concorda?


-Mas eu falo na boa sim, Luana.


-E respondendo à sua pergunta, eu nunca precisei desconfiar, porque tí­nhamos relação aberta, entende?


-Sério? Será que essa sua "relação aberta" é o que estou imaginando?


-Acho que sim, Luana. Você deve saber sobre isso.


-Claro que eu sei. E suponho que nessa relação aberta você também ficava com outra mulher, correto?


-Mais ou menos, Luana.


-Como assim, mais ou menos, Edu?


-Havia mulher no meio, ou não?


-Sim, Luana. Conheci algumas mulheres.

E completei:


-E também fizemos troca de casais.

Ela pareceu chocada com a minha revelação, mas não tanto quanto eu havia pensado que fosse ficar. Em seguida, comentou:


-Meu Deus! E eu que imaginava que num interior desses não fosse ter essas coisas. Suspirou.


-Realmente o mundo está mais avançado do que eu imaginava!

E, prosseguiu:


-Agora começo a entender muitas coisas, Edu.

E perguntou-me:


-E o que você me diz de tudo isso?

Então, eu lhe expliquei:


-Olha, Luana.


-Você acabou de me dizer que o seu marido é ciumento, né?


-Sim, Edu. Hiper ciumento!


-Mas o que isso tem a ver com a nossa situação atual, Edu?


-Nada! Só quero dizer que se ele realmente ficar com a minha ex-mulher, com certeza vai levar muitos chifres.


-Com a Denise não existe espaço pro ciúme!

Luana animou-se:


-Ah tomara!


-Eu pagaria tudo pra ver aquele safado ser corno!

Depois, sem que eu nada lhe perguntasse, ela revelou-me o que em parte eu já sabia:


-Ele não é normal, Edu.


-Não entendi. Porque ele não é "normal", Luana?

Imaginado que ela fosse se referir ao avantajado membro do seu marido, Luana respondeu-me algo diverso mas que, igualmente, seria do meu conhecimento:


-Ele gosta de espiar, Edu.


-Frequentava casas de swing em São Paulo, só pra espiar as pessoas transar.


-E como você soube que ele frequentava esses lugares, Luana?


-Porque a famí­lia dele é desestruturada, Edu.


-Desestruturada como assim, Luana?

E, pensei com os meus botões, sem nada dizer-lhe:


-O que tem haver uma pessoa ser voyeur com famí­lia "desestruturada" como ela acabara de dizer?

Porém, antes de responder-me, misteriosa, ela perguntou-me:


-Se eu lhe revelasse algo você guardaria segredo, Edu?


-Claro, Luana. Qual segredo?

Ela insistiu na minha cumplicidade:


-Jura que você não contaria pra sua ex-mulher, nem na hora da raiva?


-Claro que não, Luana. Pode dizer!


-O que tem de errado na famí­lia do seu marido?


-Ora, Edu. A mãe dele, Dona Clélia, traí­a o esposo, e por isso se separaram.


-Nossa, Luana. E o Bruno sabe disso?


-Sobre essa "passagem" da mãe, ele nunca soube mas, da irmã mais velha, sim.


-E o que essa irmã "mais velha" do Bruno fez de errado, Luana?


-Você quer mesmo saber, Edu?


-Claro, Luana!

Daí­, ela revelou-me algo surpreendente:


-Ela foi acompanhante de executivos em São Paulo, Edu!


-Mas, no iní­cio da "carreira" trabalhou no Bahamas.

Eu perguntei-lhe:


-Bahamas é alguma loja, ou agência de turismo, Luana?


-Não, Edu. Bahamas é bordel de luxo!

Assustado, e ao mesmo tempo intrigado, eu lhe perguntei:


-E como você descobriu essas coisas sobre a sua cunhada? Ela te contou?


-Não, Edu. Éramos amigas.


-Amigas como assim, Luana?

E, daí­ veio o torpedo final, de fazer inveja ao Kim Jong-un:


-Ora, nós "trabalhávamos" juntas, Edu.


-Sou ex-prostituta!


-Você tá brincando né, Luana?


-Você não disse à minha cunhada que cuida de um estacionamento de automóveis do seu tio, lá em São Paulo?

Ela explicou-me:


-Disse sim, Edu.


-Realmente, eu cuido de um estacionamento de veí­culos em São Paulo, desde que deixei o Bahamas pra me casar com o Bruno.


-Porém, o meu tio não é dono de nada, Edu. Ele é só meu empregado, entende?

Então, eu lhe disse:


-Desculpado o palavrão, mas, PUTA MERDA, Luana!


-Então a irmã do Bruno é mulher de programa?


-Não mais Edu. Eu sei que ela ainda tem alguns casos, mas hoje é só cafetina.


-Mas ela não era casada?


-Ela nunca se casou, Edu. De onde você tirou isso?

Eu expliquei-lhe:


-Foi a mãe do seu marido que me disse isso, quando ela veio com o Bruno pra cá.

Depois, Luana queixou-se da sogra:


-Aquela safada, nunca me deu sossego por causa do meu passado, Edu.


-Ela fez de tudo pra impedir o meu casamento com o filho dela.


-Tentei levar uma vida digna, mas ela nunca me aceitou.


-Inventava fofocas pro seu filho, e acabou deixando-o ainda mais ciumento.


-E hoje ele desconfia até da própria sombra!


-Mas eu lhe dei o troco, Edu!


-O que você fez com ela, Luana?


-Revelei as safadezas dela pro marido, ele fez o flagrante, e sumiu da vida dela.


-Colocou-a pra fora de casa, sem direito a nada, e agora ela divide o mesmo teto com uma cafetina!

Já me esquecendo do inicio da nossa conversa, eu lhe perguntei:


-Qual cafetina, Bruna?


-Ora, Edu! A Eliete!

Embora eu já soubesse sobre o parentesco da sua sogra com a Eliete, ela confirmou:


-Eliete é a filha dela, Edu.

Finalmente, eu exclamei:


-Que confusão!


Porém, agora a observando melhor, constatei que a Luana era uma ruiva maravilhosa. Alta, magra, talvez 1,70m e menos de 55 quilos, e olhos castanhos. Agora calma, sua voz soava doce como a de uma locutora de aeroporto.



Por um instante, veio-me a recordação da Denise. Realmente, fora triste, muito triste perdê-la. Mas, esse sentimento de perda me era recompensado quando eu me lembrava da princesa de olhos claros, paixão da minha vida, e também da menina Ticiane.



Entretanto, aos poucos, tive que entender que, infelizmente, a Denise fazia parte do meu passado feliz, aliás, muito feliz! Mas, como a própria gostava de dizer, "a fila anda", de tal forma que, sem desprezo à linda paulistana ruiva, que parecia vir-me "de bandeja" devido a essa peculiar situação, os meus pensamentos reportavam-se mesmo para a Vera e à sua menina. E, para ser exato, voltavam-se mais para a Ticiane. E, eu já estava ansioso em levá-la para casa, tão logo a Kátia chegasse do trabalho.



Não sei dizer se o fato de eu tomar conhecimento acerca do passado da esposa do Bruno trouxera-me algum alí­vio, mas a verdade é que pouco me importei com isso, pois, após a partida da Denise, ao dormir com a Vera, eu notava que a minha ex-cunhada me amava cada vez mais, e transformara-se num vulcão em nossa cama. Tudo isso, sem contar que ainda me dava de "brinde" a filha novinha.



Diante de todo esse contexto, qualquer um poderia pensar que me seria extremamente fácil desejar a Luana motivado por espí­rito de vingança, devido ao abandono do nosso lar, pela Denise.

Todavia, enxergando a realidade, mas, cauteloso, pensei comigo:


-A Denise que se foda! Já foi tarde!

Entretanto, ao ver-me pensativo, a ruiva perguntou-me:


-O que foi, Edu?

Eu lhe respondi.


-Nada, Luana. Já levamos chifres mesmo, né?

Ela concordou:


-Sim, mas o que você acha que devemos fazer, Edu?

Porém, tive uma boa ideia. E, fugindo do óbvio, eu lhe expliquei:


-Você disse que o seu marido tem muito ciúme de você né, Luana?


-Oh se tem, Edu!

Talvez, à espera da minha previsí­vel cantada, perguntou-me:


-Mas o que você pretende, Edu?

Então, lhe revelei:


-Olha, Luana tenho um plano...


-Que tipo de plano, Edu?


Você poderia ir num motel, tirar foto com um homem, e mandar pro seu marido, no celular!


-Humm....E esse homem por acaso seria você né, Edu?

Daí­, deixando transparecer toda a minha cautela, lhe expus:


-Eu bem que gostaria, Luana. Mas, infelizmente, eu não posso fazer isso!


-Porque você não pode, Edu?


-Por acaso não me acha atraente?


-Não é isso, Luana. Você é linda!

Agora jogando charme, ela simplesmente me falou:


-Então, Edu...

Daí­, eu lhe expliquei os motivos:


-Eu amo alguém, Luana. E a Denise conhece esse alguém.


-E se ela, Denise, ver a foto de nós dois juntos, na certa "me entregará" a essa pessoa. E "essa pessoa" me deixa de vez.

Em seguida, lhe expliquei em tom descontraí­do:


-Além do mais, perder duas mulheres, em menos de uma semana, acho que nem na guerra do Iraque isso acontece, né?

Igualmente descontraí­da, Luana simplesmente riu da minha justificativa. Mas, eu continuei:


-E não me pergunte quem seria ela, pois é uma mulher proibida, entende?


-Claro, Edu. Eu não seria indiscreta a tal ponto.


-Só quero me vingar do safado!


-Não se preocupe, Luana. Você irá vingar!


Evidente que, pelo seu passado de luxúria, e esperta como aparentava ser, Luana já sabia de antemão que eu me referia à pessoa da Vera, pois era do seu conhecimento que viví­amos todos no mesmo lar. Tudo isso, sem contar que nestes últimos dias eu ficara a sós em casa com a gostosa, após a saí­da da Denise. Ademais, ex-dama da noite, Luana percebera que a minha cunhada se tratava de um mulherão, certamente desejada por todos.



Então, voltando ao assunto com a ruiva, eu lhe falei sobre o Caio, e ela aceitou de pronto encontrar-se com ele, sem ao menos lhe conhecer pessoalmente. Imaginei que tal situação pode ter-lhe sido corriqueira no passado, pois muitas garotas de programa marcam encontros pelo telefone, sem nunca ter visto o "cliente".



É verdade que, em comparação com o Bruno, a "ferramenta" do Caio se pareceria minúscula frente à Luana. Mas, nessa hora, certamente ela não queria saber de cacete: Luana só queria vingança. Aliás, muita vingança!


E, certamente o meu especial auxí­lio não iria lhe faltar para que, de alguma forma, alcançasse os seus intentos.



Daí­, combinamos que, quando eu chegasse na minha cidade, iria atrás dele, Caio, no supermercado onde trabalha, para tratarmos do encontro. Desde já, ficamos acertados que ela, Luana, o esperaria na casa da Kátia.

Feliz, Luana ainda brincou comigo dizendo-me:


-Eu nunca imaginei que, anos após eu ter deixado a "noite", iria novamente usar os serviços de um cafetão, Edu!


Para não ser deselegante com a moça, dei-lhe um sorriso forçado mas, no í­ntimo não gostei da sua brincadeira, e pensei comigo: triste sina é a minha, pois, agora, além de corno, virei cafetão!


Assim, tão logo a Kátia retornou do serviço, peguei a mochila da Ticiane e a coloquei no porta malas do meu carro. Em seguida, dei um beijinho no rosto da Luana, e nos despedimos. Ticiane e eu voltamos sozinhos à minha cidade.


Continua no próximo capí­tulo.


*Publicado por carlão1978 no site promgastech.ru em 25/04/18. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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