O filho do Pastor (Parte IV)

Quando voltei para o quarto Rick tocava o violão distraído, até tomou um susto ao me ver, deve ter pensado que eu ia embora, quando nossos olhares se encontraram ele sorriu e sorri de volta, passamos o restante da tarde tendo aula de violão como se nada tivesse acontecido só que agora tomamos uma certa distância só por precaução, tal hora sua mãe entrou no quarto com um lanche pra gente, ela era muito gentil e dava para ver o quando ela amava o filho, achei que por isso ela o acobertar suas saídas, estava perdido em meus pensamentos quando ele me puxou para o mundo real de novo me fazendo uma pergunta.


- Sam, você já namorou?

- O que? Para que você quer saber? - Respondi com meu mau humor habitual.

- Só responde cara. - Disse ele com seu sorriso sacana.

- Não, nunca namorei e nem beijei na boca, pode me zuar o quanto quiser, não ligo. - Disse tentando não parecer tímido.

- Sério, você nunca beijou ninguém. - Ele não parecia estar debochando e sim surpreso de verdade.

- Porque a estranheza? - Falei curioso com sua reação.

- Nada é só que você é tão bonito, não imagino as meninas não querendo te beijar. - Fiquei vermelho na hora, como assim ele me acha bonito.

- Não precisa ficar tímido Sam, eu realmente acho que sua timidez deve ser seu maior inimigo quando o assunto é beijo. - Completou ele.

- Talvez. - Foi a única resposta que consegui dar para ele.


Quando voltei para casa, meu pai estava estranhamente feliz, me incomodava a ideia de meu próprio pai está feliz por que o filho dele agora tinha uma “amizade certa”, se ele soubesse que eu só provei cerveja por causa do Rick ou pior ainda fugi de casa no meio da noite, pensei que se eu contasse isso para meu pai eu enfim me livraria do Ricardo, só que eu não estava tão certo se ainda queria distância dele, afinal ele não era um cara tão ruim, um cretino de vez em quando, mas nada que não desse para lidar, de novo estava devaneando em meus pensamentos obscuros quando a campainha tocou, minha madrasta foi atender, meu pai e eu continuamos na cozinha, por causa da minha madrasta tínhamos o hábito de jantar cedo, quando ela voltou tamanho foi o sorriso do meu pai ao ver seu “filho favorito” com ela, Ricardo o comprimento como sempre fazia e com seu sorriso sínico, entretanto o que chamou minha atenção mesmo foi ele está com o violão, será que esse louco iria continuar com a aula mesmo depois da tarde toda.


- Fica para o Jantar Ricardo? Perguntou meu pai.

- Não Pastor, obrigado pelo convite, só vim deixar o violão que o Sam esqueceu.

- Sam não tem violão. - Disse minha madrasta com um olhar desconfiado.

- Agora tem Dona Fernanda, eu dei o meu para ele, me senti inspirado a ajudar a desenvolver o dom musical do irmão Samuel. - Ele era mesmo convincente quando vestia sua capa de bom moço.

- Quando generosidade Ricardo, é isso que sempre falo, são nossas ações que mostram que nós somos de verdade, o que está esperando Samuel pegue o violão e agradeça. - Disse meu pai todo orgulhoso.

Peguei o violão que estava dentro da beg, agradeci e Ricardo me abraçou, minha madrasta ainda insistiu que ele janta se com a gente, mas ele disse que sua mãe o esperava para jantarem juntos, queria saber qual era a jogada dele, me dar seu violão assim do nada, era no mínimo estranho, pelo menos para mim, porque para meu pai Ricardo era um enviado de Deus para me guiar de volta a retidão da doutrina, como se um dia eu já tivesse mesmo andado por esse caminho, sempre me senti deslocado e meu pai era o único que não notava ou fingia não perceber, depois do jantar fui para o quarto, meu instinto me dizia para procurar na beg e foi o que eu fiz, não demorou para encontrar um bilhete em um dos bolsos,


Amanhã diga ao pastor que vamos para a casa da irmã Amanda para uma noite de oração, nem pense em dizer não, pois posso persuadir o Pastor, por isso não dificulte as coisas.


Odiava mentir para meu pai, porém a curiosidade de saber o que o Rick estava aprontando era maior, falei para meu pai que a noite iria para esse encontro de jovens para orar, meu pai ficou super feliz, mas a minha madrasta cismou que tinha que confirmar com a mãe da Amanda, tremi na base, mas resolvi confiar no Rick e mantive a farsa, ela não poderia ligar ainda por ser muito cedo, aproveitei para ir para a escola e surtar longe dos olhos observadores da minha madrasta, quando contei para Ricardo que minha madrasta iria confirmar ele apenas riu do meu nervosismo.


- Era isso que você queria me ferrar né. - O acusei.

- Claro que não Sam, não sei o que você acha que vai acontecer, mas o grupo de oração é real.- Disse ele rindo ainda mais de mim.

- Então porque me convidar por um bilhete secreto. - Agora estava mais confuso que antes.

- Sam, meu plano é o seguinte, vamos para a casa da Amanda porque ela sempre dá um jeito de acabar tarde, ela é afim do Caio então eu levo ele e ela enrola o máximo que dá. - Ele dizia todo orgulhoso.

- Tá sabichão, mas ainda não entendi onde está a jogada.

- Vamos ficar na casa da Amanda até tarde e depois vamos fazer um lanche que é o que sempre fazemos depois dos nossos encontros.

- Ainda não saquei. - Ele ria da minha inocência e eu não gostava disso.

- Só relaxa ok, essa noite você vai ter uma surpresa. - Disse ele com muita malícia.


Relaxar foi a última coisa que eu fiz de verdade, só a noite que me dei conta do que ele queria, Amanda queria ficar com Caio, Ricardo marcou nosso grupo de oração justo no dia em que a mãe de Amanda estaria na igreja até tarde, nosso grupo eram Ricardo, Caio, Amanda mas duas primas dela e eu, só lá que me dei conta que era na realidade um esquema armado, Caio e Amanda foram para o quarto dela enquanto Ricardo e eu ficamos na sala com as ditas primas,


- Você mentiu para mim. - Falei puto.

- Não, eu disse que Amanda iria enrolar e te garanto que ela não sai daquele quarto agora. - Disse ele sínico como só ele sabia ser.

- Rick não tem graça, se alguém aqui contar para o meu pai estou ferrado. - Minha raiva não passava.

- Sam, Caio e Amanda se pegam a meses, não é a primeira vez que fazemos esse esquema.

- É espertão só tem um problema você tem namorada e eu não sei beijar. - Já nem ligava para meu constrangimento.

- A meu amigo, eu não vou ficar com ninguém aqui, você vai. - Não gostei do tom que ele usou.

- Com as duas? - Quase que minha voz saiu trêmula.

- Não garanhão, Sabrina é lésbica só que ninguém sabe, inclusive ela conhece a Fatinha, vamos só fingir que vamos nos pegar e você fica com a Bianca, entendeu?

- Eu não sei ficar cara de de de melão.

- Sério que isso é o melhor que você pode fazer? - Debochou ele.

- Não gosto de usar palavrões. - Falei envergonhado.

- Faz assim só relaxa e deixa ela te guiar, entendeu.

- Tá bom.


Aparentemente Bianca já sabia que eu era virgem, então puxou uns assuntos aleatórios para me tranquilizar, ela era bonita até, mas estava com tanta vergonha que não conseguia olhar diretamente para ela, Ricardo e Sabrina foram para a cozinha e me deixaram a sós com Bianca, pouco a pouco ela foi se aproximando e meu coração quase saia pela boca, quando seu rosto estava bem próximo ao meu algo me fez lembrar do Ricardo e de quando quase nos beijamos, fiquei me perguntando qual seria o gosto de sua boca e se o gosto da boca que eu estava preste a beijar seria melhor que a dele, não queria retrocede, porém avançar era difícil, me senti estranho, a maneira que encontrei para alcançar meu objetivo foi fechar os olhos e pensar em como teria sido se meus lábios encontraram os de Rick, Para Bianca isso soou com um convite e ela grudou seus lábios nos meus, pouco a pouco eu fui pegando o jeito, no entanto na minha cabeça não era Bianca que eu estava beijando, isso me assustou, um pensamento não saia de minha cabeça,


- O que está acontecendo comigo.


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